30 abril 2012

Passos obrigado a decidir sobre o fim das touradas - Política - Sol

Passos obrigado a decidir sobre o fim das touradas - Política - Sol

Eu defendo com todas as minhas forças a Festa Brava, mas não estou de acordo que as câmaras apoiem as corridas de toiros com dinheiros públicos, portanto, com dinheiros oriundos dos pagadores de impostos.
Não me digam que com esta posição, conhecida a defesa pública que faço da Festa Brava, borro a pintura toda.
Se borro...paciência! Entrar em contradição com todo o meu pensamento actual sobre o homem e o mundo é que não posso.

Estruturas do mal

A Câmara Municipal de Alcochete - como qualquer outra - não existe para fazer o bem porque a política é outra coisa, quero dizer, a política é o exercício de combater o mal.
Mas o mal não se combate, por exemplo, aplicando o máximo previsto por uma lei - ela própria já fruto da maledicidade* do Estado - que regulamenta o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI).
IMIs de várias centenas de euros por casas normalíssimas numa ruela de Alcochete não é deter o mal, mas deixar que este avance porque, paulatinamente, é o valor da propriedade privada que vai morrendo. Isto traz insegurança a um número cada vez maior de pessoas, favorecendo a segurança de um pequeno número de outras, isto é, a classe política. Mas esta que se cuide porque as populações, arrochadas, poderão invocar a liberdade.
Por tudo o que digo, as práticas de muitas câmaras, entre estas a de Alcochete, negam a noção do que é a política dada por Real, Miguel, Nova Teoria do Mal, Publicações D. Quixote, Lisboa, 2012, p. 120: «...a política estatui-se como arte de prevenir ou remediar o mal...» sic.

Nota: foi mesmo "maledicidade" (do Lat. maledicus) que eu quis escrever.

28 abril 2012

Discurso do Deputado Municipal  Luiz Batista/PSD  na Sessão Solene relativa às Comemorações do 38º Aniversário do 25Abril realizada na Câmara de Alcochete

Exmo. Sr. Presidente da Assembleia Municipal de Alcochete
Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal
Exmos. Sr.ª e Srs. Vereadores
Exmos. Srs. Membros da Assembleia Municipal
Exmos Srs. Representantes de Instituições e Associações Locais
Exmas Sras. e Srs. Convidados
Alcochetanas e Alcochetanos

Celebramos hoje, nesta sala de actos, o trigésimo oitavo aniversário do 25 de Abril.
Não posso assim, no início da minha intervenção, deixar passar a oportunidade para expressar uma palavra de gratidão aos Militares de Abril, por tudo o que fizeram e pelo que representam para Portugal e para todos nós.

Naquele tempo, num tempo muito diferente daquele que hoje vivemos, festejamos a Liberdade e a Democracia. Foi a partir desse momento histórico que Portugal iniciou um percurso de notável desenvolvimento socioeconómico e melhoria nas condições de vida das suas populações. Muito por força da nossa integração na União Europeia, cuja solidariedade tem permitido corrigir assimetrias que certamente não estávamos em condições de ultrapassar sozinhos.
Indiscutivelmente, a ajuda europeia ocasionou um inegável salto qualitativo em todos os sectores da vida portuguesa. Porém, o caminho trilhado nem sempre tem sido sinónimo de uma cultura de rigor e intransigência perante as dificuldades que o progresso acarreta.
Nestes últimos anos, designadamente a partir de 1995, a nossa apetência pelo despesismo e impotência para responder com convicção às incertezas do mundo contemporâneo conduziram a um excessivo endividamento e descontrolo das contas públicas. Cujas consequências são bem conhecidas e levaram a que Portugal tivesse, uma vez mais, de pedir assistência financeira aos nossos parceiros internacionais.
Assim, por força de uma inquietante situação das finanças nacionais, Portugal, infelizmente, em 2012, para além de comemorar 38 anos de vida em Democracia, assinala também um ano de intervenção externa.
E, por culpa própria,  não tendo alternativa, só nos restou pedir ajuda...
Portugal, desde a tomada de posse do XIX Governo constitucional, vem respeitando tudo aquilo a que outros voluntariamente se comprometeram.
Cumprindo um programa que o Governo de então subscreveu com as instâncias internacionais e que, em oportunidade, apresentou ao País. E é neste caminho que temos de continuar, pois, caso contrário, o empobrecimento será generalizado e a qualidade de vida da maioria dos portugueses fortemente penalizada.
Estamos agora em tempo de corrigir erros e ajustar realidades, para mais tarde, na altura certa, voltar a abrir uma janela de esperança.
Só podemos ser verdadeiramente livres quando formos plenamente independentes.
Não podemos falhar quando todo o mundo tem os olhos postos em nós.
A crise financeira não pode servir de desculpa para não cumprirmos aquilo que assinamos.
Portugal não pode tornar a errar!


Minhas senhoras e meus senhores.

Todos sabemos que há um longo caminho para percorrer. É imperativo nacional, nos tempos que correm, reformar o Estado.
Por motivos de racionalidade e responsabilidade, impõe-se o seu emagrecimento, tanto a nível central como a nível local, por forma a que se possa, com menores recursos, melhorar a prestação do serviço público.

Isto é, fazer mais com menos!

Chegou assim a hora de olharmos com atenção para a indispensável reforma do Poder Local. Os modelos de estrutura e funcionamento das Autarquias estão falidos. Estão actualmente em completa ruptura económica e financeira. São despesistas e pouco produtivos face aos imensos recursos que consomem. O país não consegue suportar o nível de endividamento da maioria das Autarquias, nem a ausência de controlo e disciplina que elas denotam no uso dos dinheiros públicos.

Os mais de trinta e cinco anos de existência do Poder Local levam-nos à conclusão que se revela essencial operar um conjunto de mudanças. Mudanças que sejam capazes de garantir o futuro e de melhor responder às necessidades das populações e das instituições.
Tenciona o Governo, a breve trecho, implementar a Reorganização Administrativa Territorial Autárquica, cujo diploma, recentemente aprovado na Assembleia da República, visa, no fundo, introduzir outra escala e dimensão ao modo de funcionamento das Freguesias.
É objectivo fazer com que as Freguesias ganhem eficiência, maior autonomia e mais responsabilidades. Atribuindo-lhes outras competências e outros meios.
Devo ainda fazer uma chamada de atenção, aos autarcas aqui presentes, para a importância da chamada “Lei dos Compromissos”.
Torna-se claro que este instrumento, já em vigor, tem o propósito de moralizar atitudes e impor limites ao endividamento público que, no caso específico do Poder Local, não tem parado de crescer.
Impossibilitando assim o consecutivo aumento da dívida sem critério e sem cuidado.

Por outro lado, devo também recordar que se vivem dias de austeridade e que, por essa circunstância, estão a ocorrer situações de grave carência social. Consequência de opções políticas erradas e mal conduzidas que, no antecedente, não souberam acautelar o futuro.
Temos é de estar preparados para atacar o fenómeno e minimizar os casos de emergência nos grupos expostos a maior risco.
Para o Governo, a sensibilidade social com os mais desfavorecidos constitui uma inequívoca prioridade. Contudo, o apoio aos mais necessitados deve mobilizar, não só o Governo, mas também toda a sociedade. Deve mobilizar igualmente Autarquias, IPSS, movimento Concordatário e muitas outras instituições presentes no seio das comunidades.
É isso que todos esperamos e queremos.
Entre nós, no nosso Concelho, saliente-se a acção dos movimentos solidários, voluntariamente organizados em torno da Igreja, Misericórdia e IPSS que, com o apoio do Banco Alimentar e da Segurança Social, estão já no terreno, minorando dificuldades e ajudando quem, neste momento, pouco possui. É, pois, com enorme satisfação que afirmo, nesta sala, que a solidariedade dos Alcochetanos não é uma palavra vã.
É, pelo contrário, uma palavra repleta de sentido e de significado.

Importa ainda deixar uma palavra para a questão do desemprego.
Um flagelo que atravessa não apenas o nosso País mas também muitos outros países da Comunidade.
Hoje por hoje, o desemprego é uma preocupação dominante na sociedade portuguesa, ao qual só uma agenda de desenvolvimento económico é capaz de dar adequada resposta. Afinal, aquilo que o Governo se propõe promover, saneadas que estejam as finanças públicas. Infelizmente, à volta do tema, muitos apenas fazem ruído, contribuindo mais para o avolumar do problema do que para a sua solução...

Alavancar a actividade económica afigura-se, no entanto, uma tarefa de assinalável dificuldade face ao quadro de recessão que se vive na União Europeia. Tarefa em que teremos seguramente sucesso se cumprirmos com as metas propostas, lançarmos os programas adequados e levarmos em frente uma política de desenvolvimento assente em três objectivos fundamentais:
Consolidação, Crescimento e Confiança.
Neste contexto, é também tempo de acabar com a megalomania da “grande obra pública” e com a apetência para o lançamento de “obra nova”, muita dela de questionável interesse para as populações.
É tempo de cuidar do nosso património comum e passar a “usar tudo aquilo que já está feito”.
A sociedade civil, os empresários portugueses e a nossa capacidade de atrair investimento terão de estar à altura de responder aos desafios que se colocam para que a retoma seja uma realidade. Só desta forma o país iniciará uma rota de crescimento, saindo do marasmo em que se encontra.
Não há outra forma de fazer as coisas.
Não há outra forma de dar futuro aos trabalhadores portugueses.
Não há outra forma de garantir maior prosperidade e mais coesão social.


Minhas senhoras e meus senhores.

Vivemos tempos difíceis.
Temos de redobrar esforços e, tal como fizeram os militares, transmitir uma mensagem de confiança no futuro. Recuperar os valores e o espírito de Abril.
Perante as dificuldades, Portugal tem de ter o discernimento de aproveitar as janelas de oportunidade que os momentos de crise sempre apresentam. Impõe-se inovar e reformar Portugal.
Só com uma postura íntegra e elevado sentido de missão podemos devolver o ânimo e a expectativa ao nosso povo. Expectativa por um País melhor, por um Concelho melhor e por uma vida melhor para os nossos filhos.

Vou finalizar esta minha intervenção, formulando ainda um voto de esperança. Esperança que no próximo ano ou nos próximos anos, quando aqui de novo se assinalar o aniversário da data que agora lembramos, a luz, que já se vai vendo no nosso horizonte, seja mais visível e traga a todos a possibilidade de um futuro mais radioso.
Portugal tem potencialidades, tem gente empreendedora, trabalhadora e solidária.
Tem tudo para ser uma terra de progresso e prosperidade.
Eu, por mim, acredito e tenho esperança que seremos capazes de conquistar o nosso próprio futuro.
Também em Alcochete bem precisamos de olhar o futuro com esperança.

O 25 DE ABRIL É DE TODOS!

O 25 DE ABRIL É DE PORTUGAL!

Viva o 25 de Abril!
Viva Alcochete!
Viva Portugal!


Luiz Batista
Presidente da CPC do PSD/Alcochete

O Marafuga que diga o que pensa

Tanto em relação ao Documento Verde de Reforma da Administração Local como agora em relação ao Aeroporto Complementar de Lisboa, o PSD/Alcochete revela que está a milhas de saber o que foi a História de Alcochete no dealbar do séc. XX e o que é a idiossincrasia, micro-cultura e realidade alcochetanas.
Assina
João José da Silva Marafuga
MOÇÃO APRESENTADA PELO DEPUTADO MUNICIPAL  DO PSD LUIZ BATISTA NA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE ALCOCHETE  EM 27ABRIL2012 

MOÇÃO RELATIVA À DEFESA DA  INSTALAÇÃO DO AEROPORTO COMPLEMENTAR À PORTELA, PROJECTO POPULARMENTE CONHECIDO POR "PORTELA + 1", NA BASE AÉREA Nº 6 NO MONTIJO


"VAMOS USAR O QUE JÁ ESTA FEITO!"

"No Desafio do Desenvolvimento do País, o Distrito de Setúbal afirma “Presente!”
O Turismo é um dos principais sectores da economia portuguesa, pela sua importância ao nível do crescimento e do emprego, tendo o seu peso na economia vindo a crescer nos últimos anos. Portugal é um dos 20 principais destinos turísticos mundiais, mas tem vindo a perder quota para outros mercados.
Portugal ambiciona crescer turisticamente a uma taxa anual de 5%, prevendo-se que em 2015 venham a Portugal cerca de 20 milhões de turistas com o consumo de cerca 15 mil Milhões de Euro de receitas.
O Alentejo terá a maior taxa de crescimento anual de 11%, com fundamental importância no Litoral Alentejano.
Na região de Lisboa, o Turismo tem crescido a um ritmo elevado, com uma taxa anual de 6,3 %, acima de destinos concorrenciais como Londres, Paris e Madrid, mas inferior ao de cidades de referência como Praga e Barcelona, condicionado por limitações na acessibilidade aérea – recorde-se que a este propósito que Barcelona tem mais ligações aéreas que Lisboa.
Tendo em atenção os respetivos PLANOS REGIONAIS de ORDENAMENTO do TERRITÓRIO, o reforço das Acessibilidades Aéreas é considerado um dos pilares fundamentais para um desenvolvimento turístico sustentado, a regiões emissoras com maior potencial turístico em cada mercado emissor e, terá grande impacto no crescimento dos fluxos turísticos a curto prazo.
A prioridade deverá ser dada à redução de lacunas ao nível das ligações diretas, permitidas pelo sistema ponto-a-ponto das companhias aéreas low cost, entre os principais aeroportos do país e os mercados emissores, que se pretende que contribuam para a redução da sazonalidade, sendo pedra fundamental, e integrante, para um dos sectores mais importantes da Economia Portuguesa, para a Economia do Distrito de Setúbal e em particular dos Concelhos de Alcochete e Montijo.
Por outro lado, as tendências mundiais apontam no sentido da diminuição nos custos de transporte e no aumento da despesa com a estadia, razão motivadora de um investimento inadiável num aeroporto complementar para Lisboa. Neste contexto, o número de ligações aéreas efetuadas por companhias low cost assume especial relevância.
O desempenho turístico de Portugal tem sido condicionado por lacunas nas acessibilidades aéreas;
As companhias aéreas de transporte low cost apresentam menores custos de operação, conseguindo por isso rentabilizar as rotas mais facilmente, principalmente em voos inferiores a 3 horas.
No âmbito do chamado Ciclo do Turista, no que se refere às Acessibilidades, verifica-se a tendência para a redução dos custos com transportes, sendo importante para um destino europeu, captar rotas e bases principalmente de companhias low cost.
Prevê-se que o crescimento do turismo seja dinamizado pelos diversos produtos turísticos, de que se destacam: City Break (Lisboa e Península de Setúbal) e cross-selling de Lisboa com o Alentejo, aproveitando o contraste do divertimento/desporto com a calma da natureza (Lisboa com Península de Setúbal e Litoral Alentejano). O crescimento deve ser alavancado pelos produtos turísticos: Touring, Sol e Mar, Golfe e Ecoturismo (Península de Setúbal e Litoral Alentejano).
Prevê-se que por volta de 2020, o número de movimentos por hora ultrapasse a capacidade aeroportuária da Portela. Como o horizonte temporal para a implementação de uma infraestrutura aeroportuária é longo, urge atempadamente tomar decisões que permitam a sustentabilidade das acessibilidades aéreas na região de Lisboa.
O PLANO ESTRATÉGICO de TRANSPORTES apontava já no sentido de se estudar uma alternativa complementar ao aeroporto da Portela, referindo as possibilidades de ser na BA6 Montijo ou no Campo de Tiro de Alcochete, ou ainda o aproveitamento modular do CTA - Campo de Tiro de Alcochete, prevenindo a possibilidade futura de se poder avançar para uma cidade Aeroportuária e Logística integrada.
No final de 2011, o Governo tomou a decisão de nomear um grupo de trabalho para estudar as formas de maximização da capacidade atual do aeroporto da Portela e, ao mesmo tempo, estudar a possibilidade de reconverter, para complementar o aeroporto da Portela, uma das bases aéreas militares da região de Lisboa, nomeadamente: BA6 Montijo; BA1 Sintra; Depósito Geral de Material da Força Aérea de Alverca, admitindo ainda as eventuais hipóteses da BA5 de Monte Real e, do aeroporto de Beja. Foi dado a este grupo de trabalho o prazo de 90 dias para apresentar o referido estudo.
Uma análise global ao aeroporto do Montijo permite afirmar que a sua situação atual é a que reúne melhores condições para acolher esta infraestrutura, não só porque possui um conjunto de características intrínsecas que se constituem como pontos fortes muito importantes para um aeroporto deste tipo, mas também atendendo à sua localização na medida em que as acessibilidades e meios de transporte a cidades vizinhas estão bem consolidados.
A base aérea do Montijo possui o Aeroporto Complementar que permite a maior expansão, e com o menor custo, fator fundamental para a viabilidade económica, na prática de baixas taxas aeroportuárias “exigidas” pelos operadores low Cost.
Face ao exposto, a Assembleia Municipal de Alcochete, reunida em sessão Ordinária em 27 de Abril de 2012, decide manifestar o seu apoio à escolha da BA6 no Montijo para a instalação do Aeroporto Complementar de Lisboa.
Mais decide dar conhecimento à Sr.ª Presidente da Assembleia da República, Grupos Parlamentares representados na Assembleia da República, Sr. Primeiro-Ministro e divulgar esta moção junto da comunicação social."


Esta Moção foi rejeitada com os votos dos deputados municipais das bancadas da CDU e PS...
Com esta tomada de posição se vê a estratégica de desenvolvimento que ambos os Partidos perspectivam para o Concelho de Alcochete!...Infelizmente é assim...
Cada vez mais se torna evidente que Alcochete tem de dar uma oportunidade  ao PSD... para que, a partir daí,  se inicie um outro ciclo com novas políticas, cujo horizonte de crescimento e desenvolvimento assegure um efectivo futuro ao Concelho e respectivas Freguesias!...
                                                                                                                                                                               

Tenho medo dos socialismos

Tenho medo de todos os socialismos porque estes, ao longo dos últimos 100 anos, mataram mais de duzentos milhões (200.000.000) de pessoas.
Aqui, quando falo em socialismos, estou a falar em todos os totalitarismos, isto é, no comunismo e nos fascismos, sobretudo o nazismo.
Tenho medo de todos os socialismos porque estes estão contra a Civilização Ocidental Judaico-Cristã que a todo o custo querem destruir, destruindo o cristianismo, a tradição, a família, os direitos individuais, a propriedade privada, a economia de mercado, a cultura de raiz popular, a moral, a lei.
Tenho medo de todos os socialismos porque estes estão a favor do ambientalismo, do feminismo, do abortismo, da tenebrosa ideologia de género, do homossexualismo, da liberalização das drogas e o diabo a sete.
Tenho medo dos socialismos porque estes trabalham para o fim da liberdade, sobrepondo cada vez mais o peso do Estado à sociedade.
E não me venhas dizer que este meu medo está ligado a qualquer problema edipiano mal resolvido. Se achas que sim, então deixa ir a tua propriedade para as garras dos teus algozes só para que estes não digam que não resolveste o complexo de Édipo.
A Psicanálise é mais uma ideologia na mão dos socialismos.

Nota: vamos pôr isto a claro. Nos meus textos, emprego muito a expressão "ter medo disto e daquilo". O que é que eu, no fundo, quero dizer? Ou melhor: o que é que eu, no fundo, quero fazer? Eu quero reduzir aquilo de que digo ter medo a nada.

27 abril 2012

"Eu sou o futuro"

De múltiplas leituras que fiz (Nivaldo Cordeiro, Olavo de Carvalho, Eric Voegelin, etc.), sei que qualquer líder das esquerdas, no fundo, pensa qué é Deus porque a isto o leva, inexoravelmente, a ideologia que professa. Eis por que o revolucionário mata. Fá-lo hoje para que ninguém mais o faça no reino da felicidade futura. Isto é «...a forma invertida do mal [...]. A culpa dessa inversão nunca é dos revolucionários, mas das condições estabelecidas que opõem uma resistência obstinada ao advento do bem supremo, e que por isso devem ser destruídas a ferro e fogo. É a sociedade má que obriga os homens bons a fazer o mal para destruí-la» (Olavo de Carvalho, Diário do Comercio, 26 de Nov. de 2007). Portanto, eu sei que para o revolucionário o futuro é a única certeza.
Mas que Madalena Alves Pereira, candidata à liderança da Federação de Setúbal do PS diga em entrevista ao Diária da Região (27-04-2012) "eu sou o futuro" é qualquer coisa que eu ainda não esperava de uma líder política em Portugal e me surpreende deveras. Será que esta senhora já perdeu as defesas mínimas para a discrição do que todas as pessoas atentas sabem que lhe vai na alma?
Aproveito para declarar que há muito que não leio nada escrito por alguém das esquerdas ou que a estas se refira. Mas desta vez impus-me ler a entrevista para ver se a socialista em causa era vítima de alguma descontextualização mitigada por honras de capa.
Foi o seguinte o que Madalena disse: «o que me dizem muitas vezes é que eu sou o futuro...» (negrito meu).
Fiquei na mesma porque qualquer analista de discursos sabe muito bem que quando queremos convencer o outro dos nossos desejos recônditos, muitíssimas vezes começamos assim: "dizem que eu sou o homem indicado para aqui...para ali...para acolá". Eu próprio tenho experiência deste tipo de discurso nesta minha terra, o que me fez escrever e publicar um texto intitulado "Da matraca ao autarca", muito apreciado dentro e fora de Alcochete.
Madalena, a tua certeza enche-me de medo. Por medo abandonei o PS há coisa de12 anos por na estrutura local do Partido em Alcochete enfrentar alguém igual a ti.

26 abril 2012

Os nervosos

Esta história de, à pressa e a qualquer custo, se querer reduzir a população mundial para metade ou menos de metade nas próximas e breves décadas tem a ver com o sonho de poderosos, mancomunados com os socialismos, de transformar este mundo numa quinta com os escravos que bastem.
Faço uma ideia por alto de quem são os leitores dos meus textos. Sei que não poucos desses leitores não vêem logo a ligação, por exemplo, de grandes plutocratas (que têm a disponibilidade do dinheiro) e os governos dos socialismos. Mas eu afirmo que é com estes que esses plutocratas se entendem às mil maravilhas. Sei o que estou a dizer porque li alguma da melhor bibliografia especializada sobre a matéria.
Todos saberão, por exemplo, que a revolução dos comunistas na Rússia foi subsidiada por alguns dos megacapitalistas ou, talvez melhor dito, metacapitalistas americanos como Henry Ford (1863-1947)? Tudo isto está muitíssimo bem documentado, de forma insofismável, com fotografias surpreendentes.
Perante isto, a Psicanálise diz: histeria.
Quem sofre de histeria é histérico, isto é, neurótico, mais vulgarmente dito nervoso.
Mas a História dos Homens começou quando um nervoso disse para um troglodita: tu a mim não me comes.

Charlatanices da Psicanálise

O controlo da natalidade é um problema que me preocupa porque tem a ver com o projecto maior de redução drástica da população mundial, projecto esse apoiado pelos socialismos em nome de todas as mentiras possíveis e imaginárias: que não haverá recursos para todos...que a humanidade está a agravar o efeito estufa pelo simples facto de expelir CO2 (aquecimento global antropogénico) e tantas outras aldrabices que não me ocorrem de momento nem estou disposto a procurar.
Por que é que todas estas coisas são um problema para mim? Porque eu sei, por exemplo, que a população portuguesa está a baixar, o que poderá pôr em causa a coesão, segurança e até a sobrevivência da nossa cultura.
Uma baixa de população acentuada poderá quebrar laços de solidariedade que têm funcionado como o caso daqueles que podem trabalhar e descontar para os que já trabalharam e deixaram de poder fazê-lo por força da idade. Por outro lado, uma sociedade atingida em algumas das suas estruturas mais nevrálgicas, desintegra-se, é sobreposta e absorvida por outra.
Mas para a Psicanálise não é assim. As minhas "...emoções sobre o controle da natalidade..."* recuam à sexualidade infantil, isto é, ao «...famoso complexo de Édipo, em que existe uma atitude sexual da parte da criança para com o prognitor do sexo oposto, juntamente com rivalidade para com o do seu próprio sexo»*.
-Mas, ó Marafuga, embora não concordes, explica-nos lá por que é que eles dizem que a preocupação com o controlo da natalidade se prende com o Complexo de Édipo.
-Eh pá, a minha raiva maior é essa. Não consigo perceber a associação que os gajos fazem!
Mas desconfio de uma coisa que formulo através de uma pergunta: e se a Psicanálise, pelo menos a freudiana, é uma trama para me inibir de lutar pela justeza das coisas?

*Jones, Ernest, Que é a Psicanálise, Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1977

24 abril 2012

Somos inquilinos da Câmara

Há pouco, num café desta terra de Alcochete, um alcochetano bem conhecido no nosso meio passou para as minhas mãos um papel das Finanças que logo vi tratar de uma reavaliação à sua casa, traduzindo-se isto em um aumento do valor patrimonial tributário.
Por umas contas mínimas e por alto que fiz ao meu amigo, ele concluiu que ia ter um aumento de 20 euros no IMI.
No meu caso pessoal, que alterei e ampliei uma casa velha, vou pagar de IMI dez vezes mais que pagava da referida casa velha.
Ao mesmo tempo que estou a escrever este texto, de fora estou a ouvir:
«Uma gaivota voava, voava
Asas de vento
Coração de mar
Como ela, somos livres
Somos livres de voar»
Eu pergunto: "somos livres de voar" ou de rastejar?
Do que tenho a certeza é que somos inquilinos da Câmara. Se alguma coisa voa é a propriedade para as garras de comedores. Isto mesmo se vai ver logo no Largo do Poço. O quê? Panem et circenses à custa dos pagadores de impostos...que é destes que eu tenho estado a falar.

NOTA: o que esta gente da Câmara está a fazer é que voltemos ao tempo da pia na cozinha para defecar e ao alguidar no quarto para tomar banho.
-Eh pá, leva-me a sério! Não estou a brincar!

A ciência da Cruz como chave para um método de trabalho

O MEU SISTEMA COGNITIVO

O método consistirá na união da Eternidade e do tempo.
Fui levado a esta plataforma de pensamento pela reflexão sobre o significado da Cruz de Cristo. Tal como o traço vertical entra pelo horizontal, assim a Eternidade entra pelo tempo.
Só se pode unir o que está separado. A união da verticalidade e horizontalidade não faz destas duas dimensões uma só coisa pela redução da primeira à segunda. De igual modo, a Eternidade está no tempo, mas não se dilui nele. Assim o Criador está na criatura, mas são distintos. O mesmo se diga, por força da coerência lógica, da Eternidade e do tempo.
Nesta conformidade, verifico que se me rendo exclusivamente ao tempo, isto é, à História, renego consciente ou inconscientemente o significado profundo da Cruz, vale dizer, o amplexo divino entre o Céu e a terra.
Que dizer de um ser humano apegado às coisas materiais (imanência) sem o mínimo sentido da Eternidade (Transcendência)? Nesta base será possível construir a esperada cidade do futuro? Teríamos mesmo o homem? Às três perguntas respondo não, porque o tempo, por si só, como coisa que é, não salva.
Eu não estou a excluir o tempo, porque se o fizesse, afinal, não perceberia nada do sentido da Cruz. O homem tanto perde o rosto vivendo o tempo sem Eternidade como vivendo a Eternidade sem o tempo.
Na verdade, sem prejuízo da união, se a Eternidade não se dissolve no tempo, quer dizer que está separada dele sem o excluir. Assim, o tempo aparece-nos redimido porque escada para a Eternidade, perfeita sintonia do homem com Deus.
Podem perguntar-me: «...mas como é que se processa essa união da Eternidade e do tempo?». Respondo que não sei porque esta é a melhor forma de saber, isto é, reconheço os meus limites. Quem negaria a união da mãe e do filhinho? E já alguém explicou como é que ela se processa?
Portanto, vejo que se vivifico o tempo com a Eternidade, transcendo as coisas.
Coisa é o tempo porque quantificável. Ele entra com a velocidade e a massa na resolução de problemas físicos.
Ora é no tempo que se desenrola a História, relato de factos levados a cabo pelo homem ao longo das épocas.
Se ao olhar para a Bíblia, eu faço uma avaliação só e tragicamente baseada em factos desencarnados do Espírito, dou a entender que não estou salvo pelo significado infinito da Cruz de Cristo, tudo reduzindo na Sagrada Escritura à dimensão exclusivamente temporal.
O ser humano que não vá para lá dos factos posiciona-se monstruosamente contra a relação indefectível existente entre Deus e o Universo (Criador e Criação). Aqui está a génese do poder despótico, do assassínio, do desprezo à mulher, etc.
Logo, tal como a Eternidade está no tempo de forma separada sem desunião, assim nós que estamos no tempo devemos viver desapegados dos factos, embora não os excluamos, porque este mundo é caminho para uma vida superior, o Eterno.

23 abril 2012

Sou peregrino a Fátima

Este ano sou peregrino a Fátima.
Vou a Fátima porque, na minha análise, Fátima está entre os grandes acontecimentos do séc. XX em todo o orbe terrestre.
Vou a Fátima para homenagear o Santo Padre Cruz, homem alcochetano que não se pode desligar de Fátima.
Vou a Fátima para a procissão das velas face à qual a ciência fica ridícula e para um encontro com a mãe do nosso Irmão Maior, Jesus Cristo, nosso Deus.
Seria possível o Cristianismo sem Maria? Não.
Maria une-nos a Cristo, Senhor pela Criação, como o Espírito Santo une Cristo a Deus, Senhor pela Eternidade.
Este é o meu testemunho público que urge dar em tempo de pesadelo e negação.

Direitos Humanos (3)

O primeiro ponto do artigo 16º dos "Human Rights" diz que «a partir da idade núbil, o homem e a mulher têm o direito de casar e de constituir família, sem restrição alguma de raça, nacionalidade ou religião». O terceiro e último ponto do mesmo artigo fecha-o, afirmando que «a família é o elemento natural e fundamental da sociedade e tem direito à protecção desta e do Estado».
Não poucas pessoas que lêem isto apressam-se a bater palmas à Declaração Universal dos Direitos do Homem de 10 de Dezembro de 1948 proclamada pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
Essas pessoas, desprevenidas, perguntam: onde é que os Direitos Humanos dizem que um homem pode "casar" com outro homem ou uma mulher com outra mulher?
Pois não dizem assim tão escancaradamente, mas logo o artigo 1º diz que «todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos». Depois o artigo 7º começa assim: «todos são iguais perante a lei e, sem distinção, têm direito a igual protecção da lei».
Nesta conformidade, cogitam gays e lésbicas: se homem e mulher, dois seres humanos, podem casar, por que razão, dois homens ou duas mulheres, também seres humanos, não podem? Então concluem: por força da igualdade de direitos, homem tem que poder "casar" com homem e mulher com mulher. Nesta mesma estrutura lógica invertida assenta a plataforma de pensamento em torno da adopção de crianças por "casais" homossexuais, o alvo derradeiro destas parelhas, falhado, em boa hora, na Assembleia da República (24-02-2012).
Em conclusão, os Direitos Humanos dão para tudo. Isto é liberdade? Não. Isto é escravatura, expressamente proibida pela Declaração em foco no seu artigo 4º «...sob todas as formas...» (in all their forms).

20 abril 2012

Que fazer?

Eu sei que aquilo que te vou dizer dificilmente "engolirás", mas eu não vou dar passo à retaguarda.
Socialismos, globalismo, ecologismo, ambientalismo, feminismo, abortismo, homossexualismo, etc., trabalham todos para o mesmo fim: redução drástica da população mundial...talvez para menos de metade do actual cômputo em próximas e curtas décadas.
Mas por que razão?
Este satânico afã nada tem a ver com os recursos do planeta que a dinâmica capitalista seria capaz de suprir, mas com o poder. A grande trama é impedir que o "servo" passe definitivamente a homem livre, fazendo esgaçar o sonho do regresso, mutatis mutandis, ao esquema senhorial da Idade Média.
No início do cristianismo, quando o escravo ia passando a servo, foram séculos de matanças.
Durante estes últimos 200 anos de boom capitalista, têm sido vastos sectores de cristãos que resistem aos reaccionários e têm tombado aos milhões a favor da liberdade.
Que fazer?
O povo só poderá contar consigo próprio, tomando cuidado com a educação dos filhos a fim de que os pais não criem dentro de casa seus próprios assassinos; fazendo pela própria vida e deixando que os outros também façam; cultivando o sentido da propriedade; denunciando os eventos odiosos das câmaras; apoiando a cultura de raiz popular; defendendo a tradição e a família; respeitando a religião.

NOTAS: a) quando falo em "socialismos", estou a falar daquilo que vulgarmente chamamos de comunismo, socialismo e social democracia; b) urge saber que, desde a recomendação de Lenine "acusa-os daquilo que tu és", os comunistas chamam aos outros o que eles verdadeiramente são: reaccionários; c) na acepção aqui utilizada, "reaccionário" significa sempre aquele que se opõe à progressão da liberdade.

19 abril 2012

Ambientalismo

Ambientalismo é uma palavra que deriva de ambiente (ambient-+al+ismo).
Ora o melhor é apresentarmos já uma definição do que é o ambiente para o direito e política: «a expressão de uma visão global das interacções e relações dos seres vivos entre si e com o meio» (...l'expression d'une vision globale des interactions et des relations des êtres vivants entre eux et avec leur milieu...).*
Mas quando ouvimos na televisão ou lemos nos jornais uma notícia sobre ambiente, somos confrontados com uma perspectiva muito redutora, quero dizer, quase só com a protecção da natureza. Espaços, paisagens e recursos naturais contra todas as causas de degradação que os ameaçam; espécies animais e vegetais a favor dos respectivos equilíbrios biológicos. Por um lado, repara que ninguém, radicalmente, está contra isto; por outro, é a partir disto que todo o mal se levanta.
Na verdade, em todo o Ocidente, as legislações progridem e agigantam-se de tal forma que, amanhã, poderás ser criminalizado pelo cigarrinho desfrutado com prazer numa calma tarde de Verão a passear pelo campo. Estás a poluir o ar e, quiçá, a atentar contra a segurança do ambiente. Este, porém, já vai longe, emergindo o ambientalismo que poderá preocupar-se com uma colónia de ratos em vias de extinção, ocultando interesses inconfessáveis, mas nunca com o ser humano, considerado predador irrecuperável que urge eliminar.
O ambientalismo é mais cruel que o comunismo e o nazismo porque a grande alavanca para a redução drástica da população mundial através, principalmente, do ataque sem tréguas à sociedade industrial que alimenta centenas e centenas de milhões de pessoas a custos relativamente baixos.
Todavia, não é possível atacar a sociedade industrial sem atacar a sociedade capitalista, ou seja, a iniciativa individual e o mercado tal como o conhecemos. O fim daquela e deste é o fim da liberdade. Não admira, portanto, que o ambientalismo defenda que «a propriedade privada deve ceder perante as exigências de ecossistemas naturais que impliquem a abertura de espaços» (La propriété privée doit céder devant les exigences des écosystèmes naturels qui impliquent l'ouverture des espaces).*
Finalmente, o ambientalismo é uma religião biónica temível porque nos quer fazer regredir ao paganismo, quero dizer, ao culto da natureza, arredado que entretanto poderá estar o ambiente cristão, familiar, da comunicação interpessoal, da cultura popular, etc.




*ENCYCLOPAEDIA UNIVERSALIS, corpus 8, Paris, 1996, pp. 484, 485, 486.

18 abril 2012

A lógica do bandido é a lógica do revolucionário

Vamos lá ao caminho, amigo. E qual é o "caminho"? É o combate ao marxismo, plataforma de todas as esquerdalhices.
Vai pensando ao meu lado. Os que assaltam ourivesarias e gasolineiras à mão armada, arrombam as casas das pessoas para as roubar e até matar, etc., estão com o complexo de Édipo por resolver?
Coitado do bandido! Quando pequeno, o movimento em direcção à mãe era interceptado pelo pai, causa de um rancor de morte ao progenitor não ultrapassado e transferido para outras instâncias também privadoras do desejo. Isto alguma vez poderá ser aceite como explicação para comportamentos anti-sociais?
Já agora, porque o complexo de Édipo explica quase tudo em termos de análise freudiana, poder-se-ia explicar por este mecanismo o combate que me impus ao comunismo. Na melhor das hipóteses, tratar-se-ia de uma sublimação que o Marafuga fez a frustrações edipianas da infância. Nada mais ridículo, sabendo eu o que foi a minha infância e o que é o complexo de Édipo...que não é coisa nenhuma.
Em Sófocles (495-406 antes J. C.), o problema do rei Édipo é o problema de toda a humanidade desde as histórias bíblicas de Adão e Eva e a Torre de Babel, o clássico Ícaro, etc., até aos nossos dias: a soberba (superbia).
Mas recuperemos o fio da nossa meada. Manifestamente, o bandido tem um estatuto privilegiado na nossa sociedade ao ponto de sermos invadidos pela sensação de que o energúmeno, ainda por cima, fica com toda a razão e a vítima com nenhuma. Tudo isto por força de uma legislação por trás da qual estão todos os Marxs e Freuds deste mundo. Mas porquê essa legislação?
O desejo é por essência revolucionário. A verdadeira revolução visa a realização do desejo e vitória deste. Ora a lógica do bandido é a lógica do revolucionário: sacar a propriedade alheia.
Tudo é bem vindo quando vem para o caos.

Nota: eu impus-me este combate ao comunismo em termos de ambiente local por força do amadurecimento da minha consciência política que veio, diga-se a verdade, numa fase já adiantada da minha adultez.

17 abril 2012

Coisas do arco-da-velha

O Manifesto Comunista de Marx e Engels sai em 1848 e a vida de Freud está entre 1856 e 1939, mas não deixa de ser surpreendente como o marxismo, dito movimento de libertação da classe operária, recupera e mantém tenazmente até aos dias de hoje a aportación freudiana.
Eu sei o suficiente de marxismo e de freudismo para saber que, no fundo, estou perante duas ideologias convergentes, isto é, para saber que estou perante o discurso do interesse.
Quando se pega num texto do neurologista austríaco, por exemplo, Freud, Sigmund, Estudos sobre a Histeria, Imago, Rio de Janeiro, 1988, verificamos que tudo o que é dito repousa sobre o desejo sexual. É este que para Freud é primário na vida humana.
Até parece que em Freud só o sexo é real. Se isto que acabo de dizer tem alguma pertinência, não poderemos pôr de parte a ideia de que o legado de Freud assenta sobre bases fraudulentas.
Passei quase trinta anos a dizer aos meus alunos isto: o homem não foi feito para o sexo; o sexo é que foi feito para o homem. Eu lembro-me bem de ver nos rostos daqueles rapazes e raparigas que eles e elas se davam conta da evidência das minhas palavras.
Mas recuperando uma ponta deixada para trás deste meu discurso, pergunto: por que será que o marxismo valoriza o freudismo? E se for também pela razão de que este é defensor do patriarcado? A resposta afirmativa seria deveras curiosa porque o marxismo cultural, inclusive em Alcochete através da respectiva Câmara, defende a igualdade de género. Eis-nos perante o diabólico.
A dr.ª Laura Ferreira dos Santos, professora auxiliar da Universidade do Minho, na comunicação "Do Feminino em Freud, ou da Mulher como ser encurtado", escreve o seguinte: «Freud enfermou a meu ver de várias limitações quando tentou pensar a mulher. Provavelmente, ele próprio tinha consciência delas quando confessou à sua amiga princesa Maria Bonaparte que, depois de trinta anos de estudo da alma feminina, havia ainda uma pergunta a que não sabia responder: o que quer a mulher?» sic. Já no fim do seu texto, ainda denuncia a dr.ª Laura Ferreira dos Santos: «O lugar da mulher era em casa, tratando das crianças, escreve Freud. Mesmo que o seu trabalho fosse simplificado, isso absorvia suficientemente um ser humano para poder ter hipótese de ganhar dinheiro no exterior. Além do mais, seria impensável querer lançar as mulheres no mundo do trabalho como os homens» sic.
Coisas do arco-da-velha, quer isto dizer, excrescências de um mundo morto.

16 abril 2012

Circunlóquio

Entre 1976 e 1981 eu trabalhei na antiga Firestone de Alcochete. Trabalhei na produção. Para trás, o mais significatico da minha história de vida tinham sido 5 anos de seminário (1962-1967) e a mobilização para a Guiné (1972-1974). A férrea disciplina do seminário católico fez que a tropa me parecesse um bálsamo, isto para desnorte dos meus camaradas de armas.
Na Firestone, eu esbarro com um mundo que julgava não existir. Lá adquiri um monte de ilusões de esquerda de que hoje me envergonho e a todos peço desculpa. Era só direitos para aqui, direitos para acolá, direitos para cima, direitos para baixo. E nunca eu me fiz a mim esta pergunta tão simples: os americanos montaram em Alcochete uma fábrica de pneus para pagar os direitos de todos estes Marafugas? É que não me ocorria que nunca houve, não há nem haverá direitos sem custos.
Mas o meu principal choque na Firestone poucas pessoas o sentiriam. Eram as conversas da classe operária cujo objecto principal e incontornável era o sexo que envolvia o recurso ao calão mais rasteiro. Mais não digo para não ferir alguma susceptibilidade porque a maioria das pessoas ainda é viva, a Deus graças.
Eu olhava para aqueles homens com ar de serafim, pensando interiormente que eles eram muito mais serafins do que eu.
-Ó Marafuga, já vou a metade do texto e ainda não vi onde queres chegar!
-Eh pá, dá-me lá um pouco de tempo.
Em 1981, despedi-me da Firestone, em 1982 dava entrada na Universidade e em 1983, ainda só com o 1º ano do meu curso de Línguas e Literatuas Modernas, comecei a dar aulas na Escola Secundária Jorge Peixinho (Montijo). Ao longo desses quase 30 anos conheci centenas e centenas de professores. Lembro-me de um desses colegas de cujo paradeiro perdi o rasto. Declarava-se ateu à boca cheia e forçava sistematicamente conversas em torno do sexo, sob registo envernizado, claro, mas, em substância, trazendo à minha memória os operários. Eu via nele, sem ter muitas dúvidas, uma criança com um corpo grande.
-Já me ia esquecendo que estás impaciente!
Eu estou a escrever para ti com um precioso guarda-costas (na estante por trás de mim) que é a Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Pego num dos muitos volumes ao calhas e...só sexo...só sexo...só sexo.
Afinal qual é a diferença entre qualquer serafim da antiga fábrica onde trabalhei e Freud? É que o primeiro apresentava-se "despido" e o segundo com as vestes de intelectual e cientista.
-Aposto que não estás a ver o encaixe da história do professor!
-Vá lá, Marafuga, não te armes em sabichão, diz lá o que tens a dizer.
-Freud era ateu. E quanto ao resto...descobre tu...que eu dei-te as pontas.

15 abril 2012

Ainda o "Cogito, ergo sum" cartesiano

Eh pá, eu até sei alguma coisinha de grego, mas não é em grego que te vou escrever. É em português bem clarinho...presumo eu.
O que te vou dizer custa alguma coisa perceber?
Olha lá, se, segundo Palma, Ernesto, O Plutocrata, Serra d'Ossa, Lisboa, 1996, «...o real é o que faz o pensamento...», torna-se claro, à frente dos nossos olhos, que o real é o criador e o pensamento é o criado.
Assim, chamando outra vez a julgamento o "cogito, ergo sum" (penso, logo sou), vamos repetir, estruturalmente, a mesma pergunta do meu texto anterir: como é que o "criador" é uma consequência do "criado"? Absurdo.
Agora percebes que estamos perante a proclamada morte de Deus...porque - dizem - foi o homem que criou Deus. A criatura sobe a criador e o criador desce a criatura. Eis-nos perante a inversão de todo o real.
Isto mesmo nós vemos na história bíblica desses representantes de toda a humanidade que são Adão e Eva ("sereis como Deus"); na Torre de Babel (os homens queriam construir uma torre que chegasse ao céu, isto é, à morada de Deus); no Ícaro ( o jovem turbulento das narrativas clássicas queria chegar ao Sol).
-Ó Marafuga, por que te ocupas com estas coisas?
-Porque o meu combate é contra o marxismo, "filosofia" do comunismo, excluidor de Deus, isto é, excluidor do homem.
Acabo com as palavras do grande mestre brasileiro, Nivaldo Cordeiro: «o essencial da modernidade é a recusa da percepção do elemento transcendente como condição do real, colocando em seu lugar a pura razão humana» (01 de Junho/2010).

Privatização da ANA abre as portas a aeroporto em Alcochete - Economia - Sol

Privatização da ANA abre as portas a aeroporto em Alcochete - Economia - Sol

12 abril 2012

Cogito, ergo sum

Falar de Descartes (1596-1650), é falar do primeiro filósofo da era moderna e, inevitavelmente, do seu "cogito, ergo sum" (eu penso, logo sou).
Eu vou fazer a minha tentativa de desmontagem da grande infantilidade que é o "cogito, ergo sum", uma vez que esta frase é o berço da morte de Deus nietzscheana.
Para esta empresa à minha escala, socorro-me outra vez da ideia de que «o real é o que faz o pensamento ou a ausência de pensamento» (E. Palma:1996).
Se o real é o que faz o pensamento, este não passa de uma representação desse real. Assim, se oiço a palavra árvore, não preciso de estar ao pé desta para ver com os olhos da minha mente um tronco fixo à terra pela raiz e a erguer-se ao alto com ramos e folhas. Daqui concluo que todo o pensamento é referencial porque feito pelo real para o referir.
Nesta conformidade, o pensamento apresenta-se como ferramenta com uma função: substituir o real.
Ora a minha pergunta é a seguinte: como é que o ser, realidade máxima, é consequência do seu substituto?
Estamos perante a inversão do real porque este é destronado a favor da parcela substituta. Agora, só o pensamento é real. Seria como se eu olhasse para uma parede revestida de azulejos, apontasse para um e declarasse: este azulejo é a parede. Mas aqui chegámos à ausência de pensamento segundo a lição que nos dá o sábio Ernesto Palma.
Agradeço a Deus por fazer de mim instrumento para este texto.

Mídia Sem Máscara - Engenharia da complacência

Mídia Sem Máscara - Engenharia da complacência

11 abril 2012

Baratezas intelectuais

Tenho verificado com espanto que alguns estudos da própria esfera universitária tentam desvincular a psicanálise de Freud do surrealismo. Isto fez-me regressar a um texto da minha juventude, Jones, Ernest, Que é a Psicanálise?, Publicações Dom Quixote, Lisboa 1977. Na pág. 16 deste livro, diz o autor: «o homem, a despeito da sua incessante procura de novas coisas, manifestou sempre oposição a novas ideias...». No fim da mesma página, Jones ainda diz: «...a ira assume caracteristicamente a forma de justa indignação, e denuncia-se frequentemente a nova ideia como perversa e imoral».
Eis como, se não tivesse uma visão sólida do homem e do mundo, me inibiria, por exemplo, de atacar o "casamento" entre dois homens ou duas mulheres porque eu «sent[iria] que algo de precioso está ameaçado, e as [minhas] demonstrações hostis são simplesmente uma reacção de defesa contra um ataque imaginário» (ibid., pág. 17).
O "casamento" entre dois homens ou duas mulheres é uma perversão, do Lat. perversione-, que significa, exacta e etimologicamente, inversão. Acho isto muito curioso porque, há coisa de uns 50 anos, o termo homossexual era pouco utilizado e, para evitarmos o correspondente calão, substituíamos este por invertido.
O "casamento" entre dois homens ou duas mulheres é imoral porque uma não-verdade, isto é, uma inadequação ao real.
O "casamento" entre dois homens ou duas mulheres não pode merecer de mim o comentário de que tudo está bem desde que esses "casais" não prejudiquem ninguém. Este é um discurso débil, miserabilista, abjecto, porque se o desejo (libido) de alguns se transforma em direito por força da lei, esse direito vai ter obrigações por parte do Estado à custa dos pagadores de impostos. Isto é "uma reacção de defesa contra um ataque imaginário" ou "justa indignação" por parte de quem se reclama de uma consciência política?
E se no meio disto tudo o problema for outro, vale dizer, o descrédito cada vez maior, nos meios científicos, da Psicanálise freudiana? Então, se tenho uma nesga de razão, percebe-se agora por que textos de nível universitário recentes tentam, indisfarçavelmente, desvincular Freud do Surrealismo, o que se me afigura uma manifesta desonestidade intelectual.

10 abril 2012

O real é o que faz o pensamento

Encyclopaedia Universalis, Paris, 1996, vol. 9, pág. 961, diz que Freud é «...um daqueles que mais fizeram para abolir o antigo regime do pensamento» (...l'un de ceux qui ont le plus fait pour abolir l'ancien régime de la pensée).
Palma, Ernesto, O Plutocrata, Serra d'Ossa, Lisboa, 1996, pág. 52, diz que «...o real é o que faz o pensamento...».
Face a isto, a minha pergunta é a seguinte: o real para mim é uma coisa e para os meus pais, avós, bisavós foi outra? Se alguém respondesse que sim, então admitiria que o real não é só um. Se calhar, admitiria que cada época, cada real. E depois daria o pulinho e admitiria que cada cabeça, cada real.
Quando Platão diz que o belo é «o esplendor da verdade» ( Guerra, Abel, Elementos de Composição Literária, Livraria Apostolado da Imprensa, Porto, 1960, pág. 11), será que a verdade para este filósofo era uma no seu tempo e hoje é outra? Não. Para Platão, a verdade era a adequação ao real como é para mim.
L'ancien régime é o estado da sociedade e da economia fundadas na exploração dos servos pela aristocracia dentro de balizas senhoriais. Posto isto, pergunto outra vez: como temos o antigo regime antes das revoluções liberais, também antes destas temos o antigo regime do pensamento? Como é que a luta dos povos pela passagem do servo a homem livre poderá implicar a sobreposição ao real como pretendem os surrealistas? Mas isto não é a inversão de tudo? Claro que é, uma vez que eu devo submeter-me ao real e nunca sobrepor-me a este, acto da mais tresloucada soberba.
Ouve, amigo, vamos compreender para vivermos: comunismo, fascismos, cubismo, futurismo, dadaísmo, surrealismo, enfim, modernismo...são gatos dentro do mesmo saco.
-Ó Marafuga, não te babavas todo a comentar Fernando Pessoa aos teus alunos?
-Eh pá, já me curei disso. Pessoa...coitado...é um modernista.
-E Cesário Verde que há poucas semanas elogiaste no jornal "Alcaxete", no fundo, não é um modernista?
-Eh pá, aí está toda a tua confusão. O modernismo de Cesário é de síntese, quero dizer, o poeta lisboeta dialoga com toda a nossa literatura desde a poesia trovadoresca; quanto ao modernismo de Pessoa...esse é de pesadelo e negação.

07 abril 2012

Escrita automática, quer dizer, surrealista

Sobre uma nuvem branca um corvo encontra-se com um elefante e diz-lhe que o vai comer.
Quis o paquiderme saber como a gralha o faria. A ave respondeu que a nuvem se desfaria, o mamífero cairia contra o chão, morreria e que os olhos do interlocutor seriam o primeiro aperitivo de faustoso banquete.
Desfaz-se a nuvem, o elefante caiu sobre uma robusta árvore que se partiu toda, mas amorteceu-lhe a queda. De embate ao chão, o elefante desmaiou.
O corvo ia planando, a rir-se, a rir-se, até poisar sobre a cabeça da presa, a rir-se, a rir-se. Nisto, o elefante vem a si, entreabre um olho e com a tromba esmaga o corvo contra a própria cabeça.
............................................................................................................
Bom, não quero enganar ninguém. Isto é mais uma paródia e quase nada a escrita automática dos surrealistas. O Marafuga para fazer a "real" escrita automática dos surrealistas tinha que assumir a negação de si próprio. Eu só sei pensar e escrever dialogando com toda a herança que está para trás de mim desde Platão. Para este filósofo grego, o belo é o «esplendor da verdade» (splendor veri), mas para os surrealistas o belo resulta do encontro chocante das coisas mais díspares (bosta e caviar servidos em salva de prata).
Afinal, amigos, a minha paródia surrealista defende toda a civilização ocidental, quando todo o afã do surrealismo é destruí-la. Assim, na minha história, se o corvo que esgaça a carne de corpos mortos comesse o elefante, símbolo da seriedade, estaria mais ao gosto dos surrealistas.

05 abril 2012

As artes, manhas e artimanhas da Câmara de Alcochete

Desde há muitos anos que nos órgãos de comunicação tradicionais e depois electrónicos eu denuncio a "evangelização" marxista perante os munícipes por parte da Câmara de Alcochete com dinheiros dos contribuintes, quero claramente dizer, com dinheiros dos pagadores de impostos.
O caso mais gritante e revoltante tem sido toda a propaganda a favor da criminosa teoria de género, poderoso instrumento de extermínio espalhado por todo o mundo. Não penses, amigo que exagero, porque, eu digo-te, sabendo o que estou a dizer, a realidade é muito mais monstruosa do que aquilo que eu aqui seja capaz de pintar com as palavras.
Agora, o veneno é espalhado de uma maneira assaz subtil em desdobrável que me veio parar às mãos, verdadeiro armário de lixo. Intitula-se assim: "Abril 2012. Alcochete. Guia de eventos". O que mais graça tem é que qualquer pessoa que leia o tal Guia, acha-o inocente. Mas quem pensa que uma câmara comunista faz coisas inocentes? Os ingénuos? Ora é destes que eu tenho muito medo porque a ingenuidade deles bate à porta da minha liberdade.
Veja-se o que no tal Guia se diz sobre "Arquitectura com Palavras": «Nesta arquitectura de palavras a impossibilidade não é nenhum entrave... mas sim um incentivo à criação! Descobrir o lado lúdico das palavras e colocar à prova a capacidade de cada aluno para elaborar textos surrealistas será um desafio. Um atelié de escrita criativa em que os momentos divertidos surgem de forma espontânea» (negrito meu). A maioria das pessoas que lê isto não foi treinada nem tem as ferramentas mínimas, em termos conceptuais, para descortinar a destilação de veneno que o texto contém. Então introduzamos a nossa pergunta: o que é o surrealismo?
O surrealismo, do francês, surréalisme, é a revolução pela arte, quero claramente dizer, a revolução através da arte. Por minha conta diria: o surrealismo é o marxismo na arte. De facto, não posso pensar outra coisa depois de ler as seguintes palavras do surrealista dos surrealistas, André Breton (1896-1966), expulso do Partido Comunista em 1933: «'transformer le monde' a dit Marx; 'changer la vie' a dit Rimbaud: ces deux mots d'ordre pour nous n'en font qu'un». A partir daqui, haverá mais alguma coisa de substancial a dizer? Para mim, não.
Mas enfim, diga-se mais alguma coisa: o surrealismo histórico surgiu no segundo quartel do séc. XX e morreu nos fins dos anos 60. Mas claro, os surrealistas falam no surrealismo eterno, o que justificaria o evento da Câmara de Alcochete a favor de modos de pensar livres de toda a preocupação racional, moral e estética. A pessoa é convidada a despir-se do legado civilizacional e a obedecer a automatismos psíquicos que ponham cá para fora, através da escrita, pintura, cinema, etc., o que lhe vai no inconsciente.
Mas eu sei muito bem o que vai no meu inconsciente. Este é depositário da criminalidade hereditária. Se eu não puser o mandamento bíblico "não matarás" por cima da minha cabeça, eu mato mesmo. Eu poderei acreditar que uma pessoa me diga que é incapaz de roubar, de incendiar a propriedade alheia, mas se essa pessoa me disser que é incapaz de matar, eu tomo-a como insciente e ponho-me a léguas dela. O instinto assassino é algo que nos espreita a cada minuto.
O surrealismo é avesso à lógica, isto é, à coerência do pensamento. Pretende o surrealismo, em português sobrerrealismo, eliminar qualquer controlo do pensamento. Porém, «o real é o que faz o pensamento» (Ernesto Palma:1996). Eis por que o surrealismo pretende estar para além do real, o que, no fundo, significa estar para além do bem e do mal, quer isto dizer, estar para além de toda a moral. Isto é nihilismo, vale dizer, o fim dos mais elevados valores da civilização que, para os surrealistas, são cárcere para o homem. Este então terá que rejeitar o consciente e dar rédea solta ao prazer sobre as condições reais.
Qual facalhão a esquartejar carne, há outro ingrediente inultrapassável do surrealismo, a saber, o humor negro, muito utilizado no teatro até desembocar no teatro do absurdo, gostoso ao marxismo cultural.
E tudo isto para quê? Para a trama surreal dos socialismos, quero dizer, para a construção do homem novo, da sociedade nova. Agora se percebe a razão por que o público alvo para o evento da Câmara de Alcochete, "Arquitectura com palavras", são alunos do 2º Ciclo do Ensino Básico, na generalidade crianças com 10, 11, o máximo 12 anos. É que se quer tirar partido do primitivismo infantil, uma das grandes pérolas do surrealismo, no qual deveria assentar a reestruturação da sociedade nova.
Os pais deviam estar atentos, muito atentos, a esta infame ideologicização das crianças levada a cabo pelo poder local e não autorizar que seus filhos compareçam neste famigerado evento.

03 abril 2012

A humanidade está contra o infanticídio


Bébé

Esse dedo mindinho transparente
A sair atrevido da coberta
E contra opinião quiçá incerta
Parece já dizer: "Eu estou presente;

Sou pequeno, mas tenham lá cuidado;
Aqui no berço vive outra pessoa;
Sem falar, minha voz ao mundo soa
Tal como de indefeso forte brado.

É para respeitar o meu direito
Tanto quanto eu não posso defendê-lo,
Pois de idade um mesinho tenho feito.

Meu biberão fervido quero vê-lo,
Farinha da que mamo sempre a jeito
E banho à noite não convém esquecê-lo!"

Autor do soneto: João Marafuga

01 abril 2012

Ninguém chega impunemente ao céu

Se te perguntam o que é o real e respondes que é o calhau, vives no Inferno.
Mas se fores um pouco para além do calhau e o nomeares com o referente obstáculo, ultrapassas o referido e sobes ao primeiro degrau da escada que leva ao céu.
Mas se o novo referente para esse calhau é peso que nessa subida te dobra para o chão e dele te livras, vais a meio da escada, agora já tão livre que menos te cansas quanto mais sobes. No cimo, só esperas que as portas, já prestes, se te abram.
Mas resolves não entrar logo, desces a escada, voltas ao chão e para todos gritas:
-Amigos, subamos a escada da liberdade!
-A liberdade é custosa. Fora daqui, pá!
Ninguém quer nada contigo, ocupados que estão em fazer do calhau uma estátua que porão sobre um pedestal e prostrados de joelhos, adorá-la-ão.
Vertical sobre chão duro, olhas para o rebanho a pastar na areia.

Nunca serei vereador nesta minha terra de Alcochete

Sei que há pessoas atentas ao que eu escrevo desde há décadas. Essas pessoas sabem que nunca neguei a minha aspiração de ser um vereador nesta minha terra de Alcochete ao qual fossem dados alguns pelouros, nomeadamente o da cultura, o que eu considero quase impossível que aconteça porque todo o meu afã seria varrer de Alcochete o marxismo cultural. Se eu não sou garantia de um projecto cultural na área dos socialismos, como poderei ser vereador da cultura na minha terra?
-Mas, ó Marafuga, estás a incluir a social democracia na área dos socialismos?
-Estou. Querias que eu fosse politicamente correcto e mentisse?
-Ó Marafuga, vais assinando a tua certidão de óbito político!
-Prefiro isso que morrer como um criminoso.
Mas eu pus mãos à obra a escrever este texto para dizer outra coisa que põe outros pesos em cima dos que já existem contra a minha aspiração de ser um vereador da cultura em Alcochete.
Eu tenho afirmado que sou cristão e católico. Ora ultimamente, em Alcochete, vêm sinais daqui e dacolá que para se ser um simples vereador, o melhor é o pretendente a tal cargo dar ares de maçónico.
Pego no dicionário aqui mais perto da minha mão, Silveira Bueno, Francisco, Grande Dicionário Etimológico-Prosódico da Língua Portuguesa, 5º vol., Editora Lisa, São Paulo, 1988, pág. 2249, que sobre o verbete "Maçonaria" diz o seguinte: «Associação secreta de intuitos filantrópicos, mas com larga intervenção na política de todos os países, tendo como um dos seus principais objectivos o combate à Igreja Católica» sic.
Ora eu, muito coerentemente, não posso ser maçónico porque sou Católico e por mais razões do que muitos possam pensar.
Conclusão: nunca serei vereador nesta minha terra de Alcochete.