29 junho 2009

Os porquês…

Fernando Pinto pede-me a publicação do seguinte texto de sua autoria. Aproveito a oportunidade para – agora publicamente – renovar um convite já antigo: inscreva-se como autor deste blogue!

Acompanho diariamente o que se escreve neste blogue, e faço-o porque os intervenientes do mesmo me merecem consideração e tenho-os como pessoas credíveis, idóneas e respeitadoras desta vila que as viu nascer ou que pelos mais diversos motivos as acolheu.
Não concordo com tudo o que se escreve mas ao abrigo da democracia instalada no nosso País, sempre que julgo oportuno ou tenho maior disponibilidade elaboro algum comentário sobre o tema ou temas em discussão.
Virão dias em que terei naturalmente maior disponibilidade para comentar este ou outro tema, ou inclusive formalizar alguma ideia ou projecto no entanto por ora questiono-me a mim mesmo… Porquê???

Porque é que nunca mais ninguém aqui abordou a questão do valor a atribuir à Cercima na sequência dos ingressos pagos na Feira de Alcochete??

Porque é que na página oficial da nossa edilidade se comenta que apesar das dificuldades financeiras, a Câmara Municipal atribuiu a semana passada ao Aposento do Barrete Verde um subsídio no valor de 45 mil euros?? Porquê, quando se gastou uma verba quase idêntica na Feira de Alcochete e nessa altura não se falou em dificuldades financeiras??

Porque é que sinto que cada vez mais os nossos políticos locais actualmente no poder teimam em fazer da população uns autênticos ingénuos, atribuindo ao governo as responsabilidades das enormes lacunas deste mandato??

Porque é que sinto que em prol da nossa terra e das pessoas que aqui vivem se podia ter feito mais e melhor nestes últimos quatro anos??

Porquê???

Fernando Pinto é o autor deste texto.

João Marafuga a Patrícia

A Civilização Ocidental está estritamente ligada ao Cristianismo: aquela não se pensa sem este.
Há mais de cinquenta anos, na catequese, ensinaram-me a respeitar o ambiente e os animais. Nessa altura, o que era posto em foco era a questão moral.
Agora o problema é que o ambiente é aproveitado pelas esquerdas para a transmutação dos valores. Essa transmutação visa pôr fim a todo o legado dos nossos pais e avós.
Desde o séc. XIX, a Humanidade deu um salto maior que do princípio até àquela data. Isso só deveu-se ao capitalismo liberal, o grande alvo de todo o ódio do comunismo.
O capitalismo liberal atém-se ao mercado normalizado, isto é, ao mercado sujeito a normas (regras). Sempre que o capital se sobrepõe às normas do mercado, faz o jogo dos socialismos que pretendem destruir o livre mercado.
Com a destruição do livre mercado, regredimos à velha história de alguns senhores e vastas hordas de escravos. Mutatis mutandis, é ao serviço disto que está o ambientalismo, a nova face do comunismo.
Os direitos dos animais e a defesa das plantas (vegetarianismo) decorre da mesma lógica do ambientalismo. Se não bebermos leite, não comermos carne, não fumarmos, etc., grandes indústrias de lacticínios, matadouros industriais, tabaqueiras, etc., fecham as portas. Os consumidores deixam de ter a importância que têm na dinâmica do mercado e são subjugados. É aqui que pode entrar o aborto e o casamento gay como estratégia para controlar os consumidores nas democracias capitalistas, o que se torna um perigo tanto maior quanto menor é a adesão de minorias étnicas que não vão atrás das nossas leis, caso dos grupos islamizados que, entre outras camadas de imigrantes estabelecidas no Ocidente, podem ser um sério perigo para a nossa Civilização. Eis o sonho globalista tão desejado pelos socialismos e por não poucos megacapitalistas feitos com aqueles.
O feminismo e a igualdade de género aparecem, no fundo, para isto: quem tem poder sobre quem? O homem sobre a mulher ou a mulher sobre o homem? Ora o problema real não assenta no poder de um sobre o outro, mas na união: esta exclui todo o domínio de uma pessoa sobre a outra cuja inevitabilidade é a separação. Voici le divorce, banalização da instituição família, célula da sociedade ocidental.
Se a família for destruída, a Civilização Ocidental Judaico-Cristã será também destruída.
Finalmente, não há "consciência social". O que há é a consciência individual que o marxismo, "filosofia" do comunismo, destrói para reduzir-nos à escravização e animalização.

28 junho 2009

João Marafuga ao anónimo p*

O comunismo e as esquerdas em geral sabem que a estratégia para a implantação do socialismo (lato sensu) à escala global não se faz sem uma aparência de religião que substitua as religiões tradicionais, nomeadamente o Cristianismo, sublime expressão da realidade e abertura ao Transcendente.
O ambientalismo (o novo comunismo) é um materialismo que no lugar de Deus (o Transcendente) põe o ambiente. Os valores deste novo deus, apenas imanente, são o clima, a agricultura ecológica, os direitos dos animais, a defesa das plantas, etc.
Evidentemente, o que está em causa é a destruição da grande indústria. Por exemplo, um texto completamente ideologicizado do manual de Inglês do meu filho chega a aconselhar os jovens que não bebam leite nem comam carne. No fundo, com a adesão cada vez maior das pessoas a estas tretas, é o capitalismo liberal que se sai cada vez mais frágil. Mas é este mesmo o objectivo de todos os socialismos, independentemente das rivalidades entre as facções.
O feminismo e a dita categoria de género (gender) têm por alvo principal a destruição do valor da família, veículo de valores cristãos ancestrais, fomentadora de patrimónios e raiz do direito de herança. A destruição da família já é preconizada no Manifesto Comunista (1848) de Marx e Engels. Na realidade, por trás do feminismo está o marxismo, "filosofia" do comunismo.
As feministas, em geral, são pelo abortismo, pelo divórcio e unem-se ao movimento gay - projecto de poder no seio das esquerdas à escala planetária - para a consecução de projectos revolucionários que visam a destruição das democracias capitalistas.
Finalmente, A Civilização Ocidental é Judaico-Cristã. Aqui não se trata de concordar ou discordar. Apenas há muita gente que por intoxicação marxista e alienação combate a própria Civilização à qual pertence. Não percebe que não poderia haver vazio. Vulnerabilizada a Civilização Judaico-Cristã, outra se sobreporia a ela com dano para a nossa liberdade.

26 junho 2009

Caso Freeport

Consulte http://sol.sapo.pt/paginaInicial/Politica/Interior.aspx?content_id=139639&dossier=Caso%20Freeport

Não há pachorra!

Eu vejo a Drª Lucília Ferra, grande mulher e política da cidade vizinha, a lutar pelo que quer em pleno Montijo e nos órgãos de comunicação tradicionais e electrónicos, mas não vejo, em Alcochete, Borges da Silva a informar a população dos projectos que tem para o nosso concelho.
Isto assim não pode continuar porque se continuar o filme a correr no écran poderá ser outro.
Então é só o Luís Proença que vem a terreiro todos os dias e luta com denodo e, até, eu próprio por minha conta e risco?
Isto assim não pode ser.
Os eleitores têm que saber o que pensa Borges da Silva. Ele tem que se expor, a todos mostrando as suas capacidades, sem medo que detectemos as suas vulnerabilidades, pois precisamos de conhecer bem o candidato a quem damos o nosso voto.
Se Borges da Silva resolver continuar mudo, eu mudo o curso ao discurso.

Torneio


25 junho 2009

Quando no Verão de 1974...


Quando no verão de 1974 cheguei a Alcochete vindo da ex-colónia da Guiné e vi tantos senhores do anterior regime metidos no Partido Comunista, eu apenas pensei que eram homens sem vergonha e descarados oportunistas.
Um desses senhores chegou-me a dizer que era espião do Partido Comunista no seio dos fascistas...e eu acreditei.
Malvados!
Hoje eu sei que o conflito entre o fascismo e o comunismo é o tipo de conflito que há sempre entre facções socialistas rivais porque o fascismo era um socialismo de nação e o comunismo é um socialismo de classe.
O que importa é que os alcochetanos não se tornem socialistas e que, todos juntos, não deixemos que o ideal liberal seja expulso das nossas vidas em nome dos nossos avós.

24 junho 2009

Aos srs. Maduro e Giro

Torna-se para mim difícil ler textos alienantes de homens que se candidatam a autarcas e não tomar posição. Se esta não tomasse, sentir-me-ia a colaborar com todo o tipo de confusões que sai da pena destes homens.
Na edição de hoje (24/Jun./09) do Jornal de Alcochete, António Maduro escreve assim: «Independentemente da área partidária, vê-se um pouco de tudo. Pessoas que tiveram práticas políticas ostensivas, não só ao grande capital como a tudo quanto cheirasse a capital, que se diziam defensores dos direitos humanos, da liberdade de expressão, da liberdade individual, da democracia, hoje, arregimentados a uma opulência saloia, mudam os princípios, mudam as vontades, as ideias, as convicções, o carácter e a sua própria personalidade» sic.
Vamos lá a ver se nos entendemos. António Maduro faz bem defender um amigo comum, Dr. Mário Balseiro Dias, historiador emérito regional e local. O problema está no tipo de argumentação que usa, manifestamente a denotar confusão por parte de quem quer ser presidente de Câmara.
Mas que história é essa de «...práticas políticas ostensivas não só ao grande capital como a tudo quanto cheirasse a capital...»? Quem tem essas práticas? Um homem de esquerda? Um homem de direita? Mas parte do grande capital defende planos estratégicos de natureza totalitária para o mundo e outra parte está com a Civilização Ocidental Judaico-Cristã! Por exemplo, os Rockefeller estão com todas as esquerdas à escala mundial; os Bush são conservadores.
Por outro lado, como é que é possível alguém estar contra o capitalismo em geral e a favor «...dos direitos humanos, da liberdade de expressão, da liberdade individual, da democracia...», todos estes valores liberais?
António Maduro não sabe o que é direita nem o que é esquerda.
Jorge Giro acredita que o comunismo pode ascender a um patamar de «...defesa intransigente dos interesses de todos os portugueses» sic. Mas como, se o comunismo ataca as propriedade privada, o livre mercado, a liberdade individual, o Cristianismo, a família, o direito de herança, a cultura de raiz popular, etc. e defende o ambientalismo, os direitos dos animais, o feminismo, o aborto, o divórcio, o casamento gay, a eutanásia, etc.? Quase tudo o que acabo de enumerar bem poderia ler Jorge Giro no Manifesto Comunista (1848) de Marx e Engels. Se o meu ex-aluno lesse esta obra, o vade mecum do comunismo à escala planetária, nunca aplicaria o termo honestidade ao comunismo pela simples razão de que concluiria não poder haver comunismo honesto.

23 junho 2009

Uma monografia e uma trapalhada

Acabei de falar com Mário Balseiro Dias, autor da «Monografia do Concelho de Alcochete» – cujo II volume fora por mim noticiado aqui, em primeira mão, há cerca de quatro meses – e, embora a sessão de lançamento dessa obra tenha sido marcada e anunciada, unilateralmente, pelo município, para esta terça-feira, 23 de Junho, o autor garante-me que não comparecerá ao acto nem autoriza a distribuição do livro, tendo instruído a sua advogada para intentar acção judicial contra a autarquia.
Sucintamente, a história é a seguinte: no passado mês de Janeiro, por sua iniciativa a câmara de Alcochete encomenda a obra a Mário Balseiro Dias, mediante ajuste directo e pelo valor de 7500€, fixando-se em 120 dias o prazo de execução (terminando em finais de Maio passado).
Conforme combinado entre as partes o pagamento seria feito em quatro prestações, mas afirma o autor terem sido protelados os prazos previamente fixados, devido a alegados problemas na tesouraria autárquica, o que prejudicaria o trabalho de tradução de documentos fundamentais muito antigos, alguns com quase dez séculos.
A revisão de provas foi outra odisseia, com prazos que Mário Balseiro Dias considera excessivamente apertados e em condições despropositadas para uma obra de rigor histórico, razão pela qual não autoriza o uso do seu nome na versão cujo lançamento foi anunciado pela autarquia sem o seu consentimento.
Para completar esta história kafkiana, falta revelar que para a cerimónia de lançamento os serviços do município impunham ao autor uma intervenção com a "duração de cinco a dez minutos", para a qual redigiria "um texto de teor técnico", do qual o "executivo deveria ter conhecimento prévio".
Estas e outras posturas incoerentes e atitudes irreflectidas e precipitadas justificarão o alheamento geral, a ponto de, num município com quase 17.000 residentes, uma obra histórica ter edição prevista de... 500 exemplares?
A política cultural a que temos direito neste pagode de pobres de espírito nunca poderia dar bons resultados.

21 junho 2009

O grande equívoco

Há pessoas que, quando se referem a este ou àquele, dizem: "nem parece um homem de esquerda!". Subjacente a esta frase está a ideia equivocada de que o bom, em termos políticos, pertence à esquerda.
Ora urge reconhecer que esse homem é como é precisamente porque é de esquerda e não porque seja de outra coisa qualquer.
O homem de esquerda, com ou sem consciência disso, põe-se ou é posto ao serviço da revolução. Esta inverte a realidade, isto é, inverte a própria lógica através da qual representamos a realidade: o que é passa a não ser, o que não é passa a ser. Para uma empresa deste quilate ser levada a cabo, a esquerda combate a tradição, a cultura de raiz popular, a Fé Cristã, a moral, a lei a pretexto de que é burguesa, etc.
Mas as pessoas que votam à esquerda, no fundo, não estão contra a tradição, a cultura de raiz popular, a Fé Cristã, a moral, a lei, etc., razão por que, quando se referem a este ou àquele, dizem: "nem parece um homem de esquerda!".

20 junho 2009

Gulag (campo de trabalho correctivo)


Os gulags eram campos de extermínio na Rússia comunista através de trabalho escravizante.

Há quem diga que a Coreia do Norte, sob um regime comunista-estalinista, tem destes gulags.

A mim, pelo muito que leio, parece-me que toda a Coreia do Norte é um gulag forçado a trabalhar para um Governo que se arma contra o mundo.

Irracional


Todas as pessoas que tenho encontrado na minha vida estão contra as monstruosidades nazis, considerando-as autênticas aberrações.
Mas o que me espanta a mim é que não poucas dessas pessoas estão dispostas a votar no comunismo, quando esta ideologia política nos precipita para uma tirania toda igual àquilo que foi o nazismo (Nacional Socialismo).
Como perceber isto?
Irracional!

19 junho 2009

O discurso de Ondina Margo desprovido de adultez política

Há quase 27 anos que trabalho numa escola pública. Quem acreditaria que eu, no meu estabelecimento de ensino, nunca tirasse uma fotocópia para fim particular ou utilizasse os telefones para uma chamada pessoal?
Não estou disposto a mentir porque nem o contribuinte nem a minha consciência de criatura imperfeita me perdoariam se mentisse.
Mas será que as irregularidades que referi e de que nunca abusei me inibem de apontar o dedo ao autarca que pediu ao empreiteiro o valor de um apartamento por baixo da mesa para fazer o despacho que permitisse o último de construir até ao terceiro andar quando o PDM, inicialmente, parava no segundo?
Algumas fotocópias para meu uso pessoal ou umas chamadas inadiáveis para a minha família à custa do contribuinte estão sobre o mesmo plano onde está o custo de um apartamento? Claro que não.
O discurso de Ondina Margo é desprovido de adultez política.
O que querem estes socialistas?
FORA!

Convém ler

Convém ler "Lamas da ETAR de Alcochete - É necessário Esclarecer" em http://alcochetanidades.blogspot.com
Por Alcochete.

18 junho 2009

Ruy de Sousa Vinagre

Ruy de Sousa Vinagre foi presidente da Câmara Municipal de Alcochete nos meados do séc. XX, fase de pouca disponibilidade para o cargo da parte dos notáveis locais segundo testemunho do Eng.º Ferreira do Amaral (Pai) ao autor destas linhas.
Sem ser alcochetano, Ruy de Sousa Vinagre foi o melhor presidente camarário que Alcochete teve na segunda metade do século passado. Diríamos que este administrador, empregado bancário de profissão, revolucionou Alcochete, pois montou as bases para a rede de esgotos, distribuiu água ao domicílio, electrificou, calcetou, ajardinou, etc. Por tudo isto, muito justamente, o seu nome foi dado a uma rua em Alcochete.

A minha luta...


A minha luta opõe-se à governamentalização da nossa sociedade. Ora ao darmos o voto a partidos de esquerda (bloquistas, comunistas e socialistas), estamos a dar o contributo para essa governamentalização, isto é, estamos a liquidar os direitos das pessoas individuais cujo nome mais genérico é liberdade.

16 junho 2009

Procissão de São João Baptista


O candiato a presidente da Câmara de Alcochete que aos olhos do povo pretenda capitalizar a procissão de São João Baptista a favor dos próprios desígnios políticos seja considerado malvado e vivamente desprezado no tribunal da consciência individual.

Biblioteca Pública de Alcochete
João Marafuga

15 junho 2009

Meus amigos...

Meus amigos, alguns dos autores deste blog estão ausentes de Alcochete e eu tenho o meu PC a arranjar no técnico, razão por que a produção de textos tem sido pouca.
Brevemente, penso retornar com as minhas reflexões sobre segurança, liberdade, próximas autárquicas, etc.

Café Barrete Verde
João Marafuga

11 junho 2009

Ai as escolas!

Analisados desenvolvimentos recentes acerca da degradação da escola básica do Monte Novo, no centro da vila de Alcochete – assunto aqui abordado há alguns dias – concluo haver duas soluções provisórias que tardaram demasiado.
Embora o executivo municipal tenha o dever de manter as escolas básicas em condições de conservação e segurança e de solucionar os problemas de degradação que nelas vão surgindo, foram necessários repetidos alertas e muitos meses de espera para alguém se preocupar com o estabelecimento do Monte Novo. E só depois de denunciada a situação em público se decidiram, enfim, a mandar limpar o recinto e a tapar buracos no piso.
Já antes havia um projecto de substituição do piso do recinto desportivo, cuja adjudicação foi apressadamente levada à reunião de câmara do passado dia 9, assunto ainda hoje mal esclarecido e explicado, mormente quanto ao prazo de execução.
Oxalá me engane mas, perante o que é do conhecimento público, temo que poucas ou nenhumas melhorias existam no início do próximo ano lectivo, embora, felizmente, ele coincida com eleições.
Haverá outras ilações a extrair deste caso desagradável.
As prioridades orçamentais do município parecem despropositadas. Gasta demasiado em festas, subsídios e detalhes de efeito imediato mas escassamente na conservação e construção de infra-estruturas essenciais que dele dependem exclusivamente.
Os autarcas com funções executivas afadigam-se na elaboração e apresentação de projectos mas nenhum sabe quem irá financiar a concretização. Dantes havia foguetório quando se inaugurava obra nova, agora embandeira-se em arco com promessas.
Os novos estabelecimentos de ensino pré-escolar e básico merecem reflexão urgente e aprofundada, quer porque a capacidade das actuais infra-estruturas há muito foi excedida como porque em cinco anos houve projectos distintos e nenhum foi avante.
Num país onde nascem cada vez menos crianças e num concelho com densidade populacional concentrada em três grandes núcleos justificar-se-ão meia dúzia de pequenas escolas, pouco funcionais porque boa parte delas construída há mais de meio século?
Sem se endividar ainda mais duvido que, nos próximos três a cinco anos, o município de Alcochete consiga obter financiamento público para projectos como os dos centros escolares da Quebrada e de São Francisco. Em face das limitações orçamentais do Estado, quase só projectos intermunicipais têm sido considerados prioritários.
Talvez mais facilmente se obtenha financiamento público para empreendimentos escolares em Alcochete e Montijo se os respectivos edis se sentarem à mesa e planearem um ou dois centros escolares nos limites comuns a ambos os municípios.
Idêntico princípio de complementaridade é ainda válido para muitas outras carências, como as de espaços verdes, de parques de recreio e lazer para a juventude, de infra-estruturas desportivas, de mercados, de saúde, de vias de comunicação, etc.

Lançamento de romance inspirado em factos locais

No próximo dia 20 será apresentado, na Biblioteca Municipal de Alcochete, o romance «Flor de Sal», da autoria de Arlindo Mota, inspirado em factos ocorridos localmente, nos anos 30 do século passado, quando o então presidente da câmara acusou o chefe da secretaria municipal de “infracções de carácter político”.
Em 1939, Francisco Leite da Cunha, presidente da Câmara Municipal de Alcochete, acusava Pinto Ferreira, então chefe de secretaria, de comportamentos graves, o que lhe valeu o levantamento, por parte do Governador Civil, de um processo disciplinar “por infracção de carácter político”.
É com base nessa preciosa fonte histórica que o autor desenvolve o romance “Flor de Sal”, onde tece uma construção ficcional que vai muito para além do episódio quase anónimo das desavenças de um chefe de secretaria com os poderosos da vila e membros influentes da União Nacional.
Que o leitor tenha a paciência e a perspicácia para entender que, sob o pano de fundo político, o que mais interessa ao autor é conseguir transmitir a força das relações sociais num período circunscrito da nossa história não muito distante, centrado num amor proibido que cresce por entre as areias do pecado e da intriga política.

Holodomor


Foi através de uma senhora ucraniana que trabalhou na minha casa que tomei conhecimento do Holodomor, genocídio deliberado levado a cabo contra o povo e a cultura ucranianos por Estaline. Este comunista assassino ordenou que em 1932-1933 só se semeasse milho nos vastos e férteis campos da Ucrania. Mais de 7 milhões de ucranianos foram exterminados pela fome, tantos como quase a população actual de Portugal.

10 junho 2009

Formatação do cidadão


A política para o ambiente, o clima, os direitos dos animais que são antecâmara para os direitos das plantas, o ataque à festa de toiros, a horta ecológica, o poupar água, o parar de fumar, a selecção gratuita do lixo, a recolha de óleo alimentar usado, etc., etc., etc., tudo isto visa a formatação do cidadão para a construção da sociedade socialista (lato sensu).
Os intelectuais de todas as esquerdas combatem encarniçadamente o Cristianismo, mas eles sabem que não se pode justificar um plano concreto através de uma convicção racional senão pela aceitação de uma fé.
Falo da fé ambiental, vértice de um cone de revolução que almeja a transmutação de todos os valores que fizeram a civilização ocidental judaico-cristã.
Se alguém quiser entrar comigo em debate pautado pela honestidade intelectual sobre esta matéria, estou ao dispor.

09 junho 2009

O cio do poder para o estupro de todos

Há uma estratégia nova a circular de boca em boca cá no burgo para poupar politicamente Luís Franco: este autarca até nem é mau, embora esteja mal acompanhado. Depois diz-se: as hipóteses de António Maduro são escassas e Borges da Silva é um ilustre desconhecido. Por fim remata-se: mal por mal...que continue Luís Franco.
O que muitas pessoas não sabem é que para os comunistas pouco importa que o candidato da foice e martelo seja fulano, sicrano ou beltrano desde que arrebanhe votos e não seja obstáculo à luta por uma sociedade socialista. Mas esta é possível sem o Estado autoritário? Claro que não!
Quando falo assim para as pessoas, verifico que, embora timidamente, lança-se a ideia de que é preferível a segurança à liberdade. Mas há segurança verdadeira que venha por mão de comunistas? Não, meus amigos, não há!
Por mão de comunistas o que vem é o cio do poder para o estupro de todos.

08 junho 2009

O Cartão do Cidadão = Cartão da Confusão!






Ontem, dia 7 de junho de 2009, foi com enorme satisfação e dever cívico que integrei a composição da Assembleia de Voto nº7 da Freguesia de Alcochete situada na Escola Primária do Valbom.



Como todos sabemos, Alcochete, é um concelho com bastantes novos moradores, que ao pedirem a emissão do novo Cartão do Cidadão ficaram automaticamente recenseados no nosso concelho.




Cabia, no meu entender, à Autarquia fazer uma verdadeira campanha de sensibilização, sobre como iria funcionar o novo cartão e como saber o seu número de eleitor.



Além dos novos moradores, há ainda os casos dos alcochetanos que mudaram de residência dentro do concelho, e pediram o novo Cartão do Cidadão, havendo por esse motivo alteração de local de voto.



Desde cedo, começámos a verificar que muitos eleitores, se apresentavam apenas com o Cartão do Cidadão para votar, o que para a votação se torna impossível, uma vez que nos cadernos eleitorais apenas consta o número de eleitor, e esse número não consta no novo Cartão do cidadão.



As soluções apresentadas pelo manual das eleições passavam por: a consulta de um site na internet, o envio de um sms ou a deslocação à Junta de Freguesia.



Ora, numas eleições marcadas pela abstenção, em que a grande maioria dos portugueses nem se estiveram para deslocar às urnas, os que se apresentam ainda têm que passar por todas estas confusões, o resultado seria que muitos deles desistiriam de se preocupar e elevar ainda mais os índices de abstenção.



Por sorte, 2 dos membros da minha assembleia de voto, levaram os seus computadores pessoais com ligação à Internet, e com todo o espírito cívico, disponibilizaram-nos ao serviço da comunidade, e montámos ali mesmo na assembleia de voto um serviço de informações que ajudou a fornecer o número de eleitor a mais de 100 pessoas durante o dia.



Pergunto-me a mim mesmo, será que todas essas pessoas teriam ido ou á Junta de Freguesia, ou gastado dinheiro a mandar um sms, ou teriam ido a casa consultar a internet e depois teriam voltado para votar?



Eu acho que pelo menos metade não teria voltado.






07 junho 2009

Censura ao executivo municipal

Não quero deixar de censurar o executivo municipal de Alcochete por atitudes incoerentes nas eleições europeias realizadas neste domingo, marcadas pelo alheamento de mais de metade dos eleitores inscritos no concelho (61,61%).
Enquanto por todo o lado se combate um dos piores vícios da democracia nacional e europeia – a abstenção – os detentores do poder de representação política no município tiveram atitudes reprováveis.
Numas eleições em que, conforme referi aqui há meses, havia 670 novos eleitores recenseados no concelho sobretudo devido às alterações havidas por força da introdução do Cartão do Cidadão, além de não terem fornecido qualquer informação escrita aos eleitores (excepto os editais do costume previstos na lei) também ignoraram as referências ao assunto no sítio do municipio na Internet.
Aliás, o executivo da câmara nunca se dignou sequer a mandar fazer o que neste blogue se explicara há mais de dois meses: como confirmar o local do recenseamento eleitoral via SMS e Internet.
Diferente foi a atitude de executivos autárquicos de dezenas e dezenas de municípios, uns mais próximos (como Palmela, Sines, Mafra e Lourinhã) e outros um pouco mais distantes (casos de Arraiolos, Porto de Mós, Serpa, Matosinhos, Gondomar, Cinfães, Tavira e Ponta Delgada), que deram aos respectivos eleitores amplas pistas para facilitar o cumprimento do dever cívico.
Lamento a dualidade de critérios do nosso executivo municipal, que ignorou o mais importante mas sobre o final da campanha eleitoral ou mesmo depois dela – e este foi o caso da área onde resido – não teve pejo em promover ampla distribuição domiciliária do boletim de propaganda «InAlcochete», datado de Maio, cujo director é o próprio presidente da Câmara Municipal, do qual se publicam seis imagens entre as 16 que ilustram o panfleto.
Dedica-se amplo espaço à habitual propaganda pacóvia mas nem uma linha foi reservada ao acto eleitoral, o que menos justifica a coincidência da distribuição com a data das eleições.

Resultados finais de Alcochete (2)

Primeira análise à votação global no concelho

- Relativamente às eleições europeias de 2004 aumentou em 1648 o número de eleitores inscritos, mas os votantes praticamente estagnaram (apenas +1,03%);

- Abstenção global no concelho: 61,61%;

- PCP-PEV ganha, localmente, as eleições europeias de 2009 com mais 5 votos que o PS;

- PCP-PEV teve mais167 votos que em 2004 e o PS menos 616 (PS foi agora o partido mais penalizado);

- PPD/PSD posiciona-se em 3.º lugar com 747 votos;

- BE ascende ao 4.º lugar com 623 votos, mais 316 que em 2004 (BE é o partido mais favorecido nestas eleições);

- CDS-PP foi o 5.º partido mais votado, com 369 votos.

- Nas eleições europeias de 2004, PPD/PSD e CDS-PP concorreram coligados e obtiveram 617 votos. A soma de hoje em ambos os partidos é de 1116 votos, mais 499 que há cinco anos;

- Significativo o aumento de votos brancos e nulos, relativamente a 2004. Brancos agora 299, há cinco anos 100. Nulos: em 2004 foram 44 e agora 91;

- Em São Francisco houve nítida vitória do PS, com mais 33 votos que PCP-PEV. Esta coligação perde 10 votos em relação a 2004 e o PS perde 30 votos;

- PPD/PSD fica em 3.º lugar na freguesia e o CDS-PP é 5.º. A soma da votação de ambos (123) excede largamente o resultado de 204, quando alcançaram 48 votos;

- BE foi o 3.º partido mais votado em S. Francisco, com mais 34 votos que em 2004;

- Na freguesia de S. Francisco também aumentou muito o número de votos brancos. Agora foram 32 e em 2004 apenas 3;

- Quanto a Samouco, PCP-PEV ganha com larga vantagem mas recebe somente mais 23 votos que em 2004;

- PS perde quase metade dos votos relativamente a 2004, passando de 428 para apenas 244 agora;

- BE sobe muito em Samouco, alcançando 125 votos contra apenas 59 em 2004;

- PPD/PSD é o 3.º partido mais votado em Samouco e CDS-PP o 5.º. A soma dos votos de ambos nestas eleições supera em 80 votos a de 2004;

- Claro aumento de votos brancos e nulos em Samouco. Brancos agora foram 68 e em 2004 apenas 20. Nulos agora houve 24 e há cinco anos apenas 13;

- Na freguesia de Alcochete as eleições foram ganhas pelo PS, com 763 votos, menos 402 que em 2005;

- PCP-PEV fica na segunda posição na freguesia de Alcochete, com 729 votos, mais 154 que em 2005;

- PPD/PSD é a 3.ª força mais votada na freguesia da sede do concelho, com 519 votos, sendo o CDS-PP a 5.ª com 259 votos. A soma de ambos os partidos é bem superior à de 2005, quando a coligação não foi além de 434 votos;

- BE é a 4.ª força mais votada na freguesia de Alcochete, com 444 votos, mais 216 que nas eleições europeias de 2005;

- Na freguesia de Alcochete verificou-se o maior aumento de votos brancos e nulos. Brancos houve agora 199 e em 2005 apenas 77. Nulos registaram-se agora 62 e há cinco anos apenas 25;

- Conclusão global rápida em relação a todo o concelho: PS perde votos para a esquerda e para a direita. BE mais que duplica a votação em eleições europeias;

- Quando faltava revelar os resultados de uma única freguesia em todo o país, a afluência às urnas em Alcochete era ligeiramente superior à média nacional. A afluência local às urnas também superou um pouco a média registada no distrito.

Resultados finais de Alcochete

Eleições europeias 2009

Resultados finais no concelho de Alcochete


Resultados finais na freguesia de São Francisco



Resultados finais na freguesia de Samouco


Resultados finais na freguesia de Alcochete


Assim vai a votação

Uma amostragem de três mesas de voto em Alcochete (zona ocidental da vila) indicava que às 11h00 tinham exercido o seu direito entre 9,2% e 9,9% dos eleitores aí inscritos.
Observação directa no local, realizada poucos minutos antes das 12h00, indiciava que os eleitores das três mesas chegavam à média de dois por minuto.
A experiência de Alcochete diz-me que a afluência é sempre superior no período da tarde.
Às 12h00 a afluência média nacional às urnas era de 11,84% e a afluência europeia – em países onde o acto decorre em simultâneo – era de 9,31%.


P.S. - Peço a quem exerça o seu direito de voto nas freguesias de Alcochete, Samouco e São Francisco que me ajude a actualizar os valores. Nos quadros negros das salas de aula estão, normalmente, afixados os números respeitantes à afluência das horas precedentes.

06 junho 2009

Leituras para as férias grandes (4)


Diz Joseph Ratzinger (Papa Bento XVI) de Hans Urs von Balthasar: «Posso afirmar que a sua vida foi uma busca genuína da verdade, que ele compreendia como uma busca da verdadeira vida. Procurou os vestígios da presença de Deus e da sua verdade em toda a parte: na filosofia, na literatura, nas religiões, chegando sempre a interromper aqueles circuitos que muitas vezes fazem a razão prisioneira de si e abrindo-se aos espaços do infinito».

Leia Hans Urs von Balthasar, Só o Amor É Digno de Fé, Assírio & Alvim, Lisboa, 2008.

É preciso...

É preciso ler o texto de Luís Proença "Culto da personalidade em véspera de eleições..." em http://alcochetanidades.blogspot.com/
Por Alcochete.

05 junho 2009

Mercado na escola do Monte Novo

As compras deste fim-de-semana são no mercadinho da escola do Monte Novo (falei dela aqui)! Já abriu!
Faça uma visita! É por uma boa causa!

Apelo de cidadão

Chega ao fim a primeira de três campanhas eleitorais marcadas para este ano. Não deixa saudades e da Europa pouco se falou.
Domingo realizar-se-á o sufrágio e apelo aos meus concidadãos para que cumpram esse dever.
Votem como ou na organização política que entenderem mas não voltem costas à democracia. Se o povo se demite o túnel ficará mais longo e a luz ao fundo menos intensa.
Abstenção elevada será sempre o pior resultado. Não muda nada, nem no presente nem no futuro.
Sempre considerei arriscado votar em branco e, mal por mal, antes anular o boletim de voto.
Excluindo a indiferença e o protesto, há muito por onde escolher. O boletim de voto tem os símbolos de 12 partidos e uma coligação.

Vá votar, por favor! Mais vale gastar 15 minutos para exprimir o que pensa do que endossar esse poder a outros.

Domingo à noite, logo que o apuramento de Alcochete, Samouco e São Francisco esteja concluído, publicarei aqui os respectivos resultados finais e comentários.

Desejo, sinceramente, que a abstenção local seja inferior às médias regional e nacional. Contribua para isso, por favor!



04 junho 2009

Leituras para as férias grandes (3)


«É necessário reabrir o inquérito livre e aberto sobre os fundamentos da liberdade do Ocidente, redescobrindo a conversação entre a filosofia política clássica e a tradição judaico-cristã, entre Atenas, Roma e Jerusalém, que em boa verdade inspiram e sustentam as modernas domocracias liberais».

Leia Robert P. George, Choque de Ortodoxias, Tenacitas, Coimbra, 2008.

Vá até lá!

Vá até a http://alcochetanidades.blogspot.com e leia o artigo de Luís Proença "Escola do Monte Novo - ASAE processa Câmara Municipal de Alcochete".

Culpa morre solteira

Pode ter passado despercebido ao(à) leitor(a) deste blogue um curioso e esclarecedor artigo de António Fonseca Ferreira, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDRLVT), publicado na edição do passado domingo do «Diário de Notícias» e cuja versão integral pode ser consultada através desta hiperligação.
O texto deixa-me perplexo porque o autor desempenha o cargo há mais de uma década (desde 16 de Março de 1998, poucos dias antes da inauguração da ponte Vasco da Gama) e a CCDR é "o mais abrangente organismo da administração desconcentrada do Estado, com a primordial atribuição de promover a integração entre desenvolvimento regional e local, ordenamento do território e ambiente" e, por outro lado, constitui uma importante alavanca de concertação entre a administração central e a administração local, tendo como principais atribuições:
"- Contribuir para a definição das bases gerais da política de desenvolvimento regional no âmbito da política de desenvolvimento económico e social do País;
- Executar, avaliar e fiscalizar, ao nível regional, as políticas de ambiente, de conservação da natureza, de ordenamento do território e de cidades;
- Garantir a elaboração, acompanhamento e avaliação dos instrumentos de gestão territorial;
- Coordenar os serviços desconcentrados de âmbito regional;
- Assegurar o cumprimento das responsabilidades de gestão, no âmbito da política de coesão da União Europeia em Portugal;
- Dinamizar a cooperação inter-regional e transfronteiriça;
- Apoiar tecnicamente as autarquias locais e as suas associações, em articulação com a Direcção-Geral das Autarquias Locais".

O que acima transcrevi consta dos estatutos da comissão e qualquer pessoa sensata pensará que a CCDRLVT e o seu director dispõem dos meios legais para travar excessos, de evitar a duplicação de equipamentos, o desperdício de recursos e de impor dimensão intermunicipal a projectos de autarcas impreparados ou mal-intencionados.
Mas as pessoas sensatas estão erradas porque, ao fim de onze anos de mandato, o presidente da comissão enjeita partilhar responsabilidades. Endossa a culpa aos autarcas e à fragmentação administrativa do território, embora a maioria dos projectos careça de parecer vinculativo dos serviços tutelados pelo articulista.
Não perderei tempo a discutir agora a questão da divisão administrativa do País, classificada pelo autor como demasiado fragmentada e para a qual preconiza profunda reforma. Conheço essa tese e sobre ela muito haverá a debater nos próximos tempos – nomeadamente em Alcochete – porque antes de haver novo aeroporto o arco ribeirinho a Sul do Tejo pode ficar reduzido a dois municípios.
Finalmente, os quatro derradeiros parágrafos do artigo do presidente da CCDRLVT ficam à consideração dos líderes partidários em Alcochete. Presumo justificarem reflexão porque nenhum dos candidatos já conhecidos me parece corresponder ao perfil sugerido e, portanto, para sermos bem servidos melhor seria convidar o autor a candidatar-se à edilidade de Alcochete.

03 junho 2009

Leituras para as férias grandes (2)



«Por toda a parte surgiu o homem-massa, um tipo de homem feito à pressa, montado apenas sobre umas quantas abstracções e que, por isso mesmo, é idêntico de uma ponta à outra da Europa. Ao homem-massa se deve o triste aspecto de monotonia asfixiante que a vida vai tomando em todo o continente. Este homem-massa é o homem previamente esvaziado da sua própria história, sem entranhas de passado e, por isso mesmo, dócil a todas as disciplinas chamadas internacionais [divórcio, feminismo, gayzismo, abortismo, eutanásia, ambientalismo, direitos dos animais e plantas, globalismo, etc.]».

Leia Ortega y Gasset, A Rebelião das Massas, Relógio d'Água, Lisboa, s/d.

O sistema é irrelevante?

O mais importante em política tem a ver com os direitos e as condições que as pessoas de uma dada sociedade podem desfrutar. Todavia, esta asserção não nos deve levar a pensar que o sistema é irrelevante para a consecução dos referidos direitos e condições.
Assim, num sistema de inspiração marxista, o direito à propriedade privada está ameaçado sob a forma de impostos cada vez mais pesados. Ora sem o direito à propriedade privada eu penso que estão atacados esses direitos maiores que são os direitos à liberdade e à vida.
O exemplo que vou dar é de trazer por casa, mas insere-se bem na lógica e práxis de toda a economia de mercado: quem fez uma sementeira de batatas e cebolas e teve boas colheitas, se é um agricultor livre, troca os seus bens pelos de outro agricultor que tivesse semeado repolhos e cenouras porque o primeiro não pode viver só de batatas e cebolas nem o segundo só de repolhos e cenouras.
Em conclusão, urge denunciar comunismos e socialismos porque, progressiva e compulsoriamente, transformam a propriedade privada em coisa pública, limitando e até pondo fim à iniciativa individual, à liberdade e à própria vida.

02 junho 2009

Leituras para as férias grandes (1)


«[...] No entanto, a necessidade do direito natural é tão evidente hoje como foi durante séculos e até milénios. Rejeitar o direito natural é equivalente a dizer que todo o direito é positivo, e isso significa que o direito é determinado exclusivamente pelos legisladores e pelos tribunais dos diversos países. Ora é evidente que faz sentido, e que por vezes é mesmo necessário, falar de leis injustas ou de decisões injustas [...]».
Leia Strauss, Leo, Direito Natural e História, Edições 70, Lisboa, 2009.

Transporte de passageiros: "Forte desaceleração" nos aeroportos nacionais

O transporte de passageiros nos aeroportos portugueses "sofreu uma forte desaceleração" no primeiro trimestre de 2009, em termos homólogos, com o movimento de aeronaves a cair 5,9 por cento e o número de pessoas transportadas a descer 10,9 por cento, para 4,9 milhões de passageiros, indicou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Os aeroportos de Faro e de Ponta Delgada, na ilha açoriana de São Miguel, foram aqueles que registaram maiores quebras no movimento de passageiros, apresentando descidas, respectivamente, de 17,8 por cento e de 13,8 por cento.Lisboa, que representa a maior fatia do tráfego de transporte aéreo em Portugal, também registou uma descida significativa durante os primeiros três meses de 2009: menos 10,8 por cento nos passageiros transportados.Já o aeroporto portuense Sá Carneiro sofreu uma redução de 8,3 por cento nos embarques e desembarques, enquanto que na Madeira a descida foi de 11,8 por cento.


Será que faz sentido continuar a apostar no novo aeroporto?

Ideias ou Idiotices?: A crise e os subsídios

Ideias ou Idiotices?: A crise e os subsídios

01 junho 2009

Critérios de gestão discutíveis

Hoje é o Dia Mundial da Criança e agradeço a quem me forneceu matéria para assinalar a data.


Pouca noção temos da verdadeira realidade local – excepto o que o pombal da
boataria amplifica – e o dia-a-dia continua marcado por festança e foguetório enquanto a democracia vai gangrenando com problemas iludidos ou varridos para debaixo do tapete.
Conforme há dias assinalei aqui, recentemente, para golpadas
de propaganda eleitoral e promoção de vaidades pessoais, queimaram-se em quatro dias os impostos anuais cobrados a mais de meia centena de esforçados alcochetanos.
Mas porque as crianças não votam, a poucas centenas de metros de
distância são tratadas com desdém e descuidam-se pequenas reparações que deveriam merecer atenção ingente e urgente.
Através de
alguém que presumo ligado à Associação de Pais e Encarregados de Educação dos Alunos da Escola do 1.º Ciclo do Ensino Básico (EB1) N.º 1 de Alcochete – vulgo escola do Monte Novo, situada entre as artérias da Repartição de Finanças e da estação dos CTT, no centro da vila – acabo de receber a seguinte colecção de imagens que, com profunda mágoa, deixo à consideração geral.



Isto deveria ser um bebedouro!





Fui à escola do Monte Novo e confirmo que as imagens são actuais e correspondem à realidade. O panorama brada aos céus e dizem-me durar há demasiado tempo.
Restam ainda cinco semanas de aulas no presente ano lectivo e da câmara alguém respondeu aos pais preocupados estarem em preparação obras de remodelação do piso, que decorrerão durante as férias estivais.

Até lá nada há a fazer para remediar estes e outros problemas? Crianças de seis a nove anos de idade podem, diariamente, continuar a correr riscos?
Gastaram-se 45.000€ numa feira eleitoral pimba e não há sequer uma fracção disso para cuidar da integridade, da segurança e da qualidade de vida de nossos filhos e netos?

Desafio-o(a) a si, leitor(a), a interrogar directamente os seus representantes eleitos no executivo da autarquia, já que a mim e aos autores deste blogue, em geral, apenas respondem jagunços embuçados, acima dos quais paira um poder receoso e enclausurado em torre de marfim, sem dignidade nem coragem para fornecer explicações e apresentar desculpas ao povo de que depende.
Desafio-o(a) também, leitor(a), a oferecer os seus préstimos à associação de pais da escola do Monte Novo, a qual deverá solicitar à autarquia autorização para que um grupo de cidadãos se disponha a fazer depressa o que aquela ignorou durante demasiado tempo.
Pouco ou nada percebo de construção civil mas depressa aprenderei a colar ladrilhos e a associação pode também contar comigo para o que for preciso.
A este poder opaco, que resume o essencial da vida do município à festança e à distribuição de um bodo quinzenal suportadas pela gamela dos nossos impostos, deve cobrar-se o mau uso da representação política.
Um município não é uma pia misericórdia de futilidades e o nosso, cuja origem se perde na poeira dos tempos, para valer a pena terá de ser dignificado com actos e gestos administrativos cuja dimensão humana sobreleve a promoção pessoal de alguns figurões.